ATA DA QUADRAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
02.06.1999.
Aos dois dias do mês de junho do ano de
mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi
efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio
Losada, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Luiz Braz, Paulo Brum e
Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Carlos
Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando
Záchia, Gilberto Batista, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Motta, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Maristela Maffei, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal,
Sônia Santos e Sonia Saraí. Constatada a existência de "quorum", o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em
avulsos de cópias da Ata da Trigésima Nona Sessão Ordinária, que deixou de ser
votada face à inexistência de “quorum” deliberativo. À MESA foram encaminhados:
pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 69/99 (Processo nº
1751/99); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº
70/99 (Processo nº 1790/99); pelo Vereador Eliseu Sabino, a Indicação nº 34/99
(Processo nº 1756/99); pelo Vereador Jocelin Azambuja, a Indicação nº 33/99
(Processo nº 1743/99) e o Pedido de Informações nº 78/99 (Processo nº 1737/99);
pelo Vereador João Bosco Vaz, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João
Carlos Nedel, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Juarez Pinheiro, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 68/99 (Processo nº 1733/99). Ainda, foi
apregoado o Ofício nº 294/99, do Executivo Municipal de Porto Alegre,
encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 09/99 (Processo nº 1837/99). Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 286, 287 e 288/99, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre; 910/99, do Senhor Flávio Koutzii, Chefe da Casa
Civil do Estado/RS. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, à Senhora Ione Terezinha Michele e ao Senhor Tarso Schmidt,
respectivamente Presidenta e integrante da Associação dos Moradores do Bairro
Jardim Itu, que discorreram acerca de proposta do Executivo Municipal, de
promover obras de ampliação viária na Avenida Anita Garibaldi, questionando a forma como foram definidas essas obras,
destacando os reflexos das mesmas junto à comunidade abrangida e propugnando
pela alteração do projeto original, de modo que não sejam prejudicados os
moradores da região. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz, informando
ter visitado o local onde está prevista a realização de obras de ampliação da
Avenida Anita Garibaldi, teceu considerações acerca do assunto, ressaltando
que, em se
mantendo o projeto em seus termos originais, os imóveis que
se encontram na área perderão seu valor comercial,
agravando as dificuldades sofridas pela população da área. Na ocasião, o Senhor
Presidente registrou a presença de alunos e professores da Escola Mãe
Admirável. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães manifestou-se a
respeito do projeto do Executivo Municipal, de ampliação da Avenida Anita
Garibaldi, afirmando que tal proposta não possui condições de ser implantada
nos termos originais, em função das alterações físicas e demográficas ocorridas
na região abrangida, e analisou as implicações jurídicas existentes com relação
a esse projeto. O Vereador João Dib defendeu a alteração do projeto original
referente às obras de ampliação da Avenida Anita Garibaldi, destacando ter sido
relegada a um segundo plano a situação das pessoas que possuem imóveis no local
e salientando que a definição do traçado da pista a ser implantada deve
ser efetuada em conjunto com a
comunidade envolvida. Na oportunidade, os Vereadores Luiz Braz, Antônio Losada
e Elói Guimarães, através de Questões de Ordem, manifestaram-se quando ao tema
tratado na Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e seis minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos. Às quatorze horas e quarenta e sete
minutos, constatada a existência de "quorum", os trabalhos foram
reabertos e foi aprovado Requerimento verbal do Vereador João Carlos Nedel,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Também, o
Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando fossem enviadas ao Prefeito Municipal de Porto Alegre e
ao Secretário de Planejamento Municipal cópias dos pronunciamentos realizados
pelos Senhores Ione Terezinha Michele e Tarso Schmidt. A seguir, foi iniciado o
período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear os vinte e cinco anos
de fundação do Curso de Liderança Juvenil - CLJ, nos termos do Requerimento nº
81/99 (Processo nº 1203/99), de autoria do Vereador João Carlos Nedel.
Compuseram a Mesa: o Vereador Nereu D'Ávila, Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre; o Padre Zeno Hastenteufel e o Monsenhor Severino Brum, respectivamente,
fundador e Diretor Espiritual do Curso de Liderança Juvenil - CLJ; os Senhores
Jorge e Olinda Sandin, Casal Presidente do Secretariado Arquidiocesano do Curso
de Liderança Juvenil - CLJ; a Senhora Michele Tamagno, Presidente Jovem do
Secretariado Arquidiocesano do Curso de Liderança Juvenil - CLJ; o Vereador
Adeli Sell, 1º Secretário da Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Carlos
Nedel saudou o transcurso do vigésimo quinto aniversário de fundação do Curso
de Liderança Juvenil - CLJ, historiando fatos relativos à origem e ao
funcionamento dessa entidade e destacando o trabalho por ela realizado na
orientação dos jovens para a vida em sociedade, visando à formação de líderes
confiáveis e atuantes nas comunidades nas quais estão inseridos. A Vereadora
Sônia Santos externou sua alegria em participar desta homenagem
prestada pela Casa ao Curso de Liderança Juvenil - CLJ, salientando a
importância da atuação desse movimento
junto aos jovens, no sentido de
proporcionar a eles orientação e apoio para transpor uma fase da vida que,
normalmente, é marcada por dúvidas e inquietações. Também, registrou ter
participado do Curso de Liderança Juvenil - CLJ no ano de mil novecentos e
setenta e nove. A Vereadora Helena Bonumá, ao prestar sua homenagem ao vigésimo
quinto aniversário do Curso de Liderança Juvenil - CLJ, destacou a relevância
da ação educacional que a entidade promove junto aos jovens, preparando-os para
o exercício consciente da cidadania e da participação política. Ainda, teceu
considerações a respeito da violência a qual se encontram expostos os jovens e
suas famílias, propugnando pela adoção de medidas públicas para solucionar a
questão. A seguir, foi executada a música "Dia a Dia", por integrantes
do Curso de Liderança Juvenil - CLJ. Em continuidade, o Senhor Presidente
concedeu a palavra aos Senhores Jorge Sandin e Michele Tamagno e ao Padre Zeno
Hastenteufel, que, em nome do Curso de Liderança Juvenil - CLJ, agradeceram a
homenagem prestada por este Legislativo. Após, foi executada a música
"Unidos", por integrantes do Curso de Liderança Juvenil - CLJ. Às
quinze horas e trinta e quatro minutos os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta e seis minutos, constatada
a existência de "quorum". Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Guilherme
Barbosa comentou resultados de pesquisas de opinião veiculadas pela imprensa,
as quais constataram queda nos índices de popularidade do Presidente Fernando
Henrique Cardoso, afirmando que tal fato decorre de elementos como a aprovação
da Emenda Constitucional que prevê a reeleição para cargos do Executivo, a
desestabilização da economia brasileira e as denúncias de interferências no
processo de privatização de empresas de telecomunicações. O Vereador João Bosco
Vaz reportou-se aos reajustes dos preços dos medicamentos verificados nos
últimos dias, afirmando que o Governo Federal, ao permitir tais reajustes,
perdeu o controle sobre a indústria farmacêutica. Também, analisou dados fornecidos pela Associação Gaúcha
de Farmácias e Drogarias Independentes
- AGAFARMA, relativos aos custos de
produção e comercialização de medicamentos e à influência destes fatores na
composição do preço final dos remédios. A seguir, foi apregoado Requerimento da
Vereadora Tereza Franco, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia
de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Leão de Medeiros, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa
do Consumidor e Direitos Humanos. Na oportunidade, foi apregoada Declaração do
Vereador Jocelin Azambuja, comunicando o seu impedimento em assumir a vereança
no dia de hoje, em substituição à Vereadora Tereza Franco. Em GRANDE
EXPEDIENTE, a Vereadora Clênia Maranhão reportou-se ao discurso do Vereador
João Bosco Vaz, manifestando-se contra o reajuste ocorrido no preço dos
medicamentos e afirmando serem estes produtos de primeira necessidade. Também,
sugeriu a ação da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa para debater o
assunto, juntamente com representantes do
governo e das farmácias e com usuários. O Vereador João Dib discorreu
sobre a vida e obra do Senhor José Loureiro da Silva, registrando ter sido ele
o criador do Plano Diretor de Desenvolvimento da Cidade e afirmando que a
atuação do Senhor José Loureiro da Silva foi marcada pela fé inabalável de seus
princípios, pela sinceridade de seus propósitos e pela autenticidade de suas
posições, marcadas pelo ideal de bem servir à comunidade. O Vereador João
Carlos Nedel analisou questões referentes à família e aos valores sociais,
criticando a falta de preocupação dos Governos Municipal e Estadual com este
assunto. Também, questionou a política seguida pelo Governo Estadual na área da
segurança pública, destacando denúncias divulgadas na imprensa, de pressões que
estariam sofrendo órgãos policiais.
Na ocasião, o Senhor Presidente
solicitou ao 1º Secretário, Vereador Adeli Sell, que, em nome da Mesa Diretora,
recebesse material entregue pelo Vereador João Dib, relativo ao ex-Prefeito
José Loureiro da Loureiro da Silva, o qual ficará de posse do Memorial desta
Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Motta referiu-se ao discurso do
Vereador João Carlos Nedel, acerca de valores a serem seguidos por uma
sociedade, afirmando não caber ao poder público o ato de censurar manifestações
culturais. Ainda, teceu considerações sobre o não repasse de verbas pelo
Governo Federal a projetos de pesquisa e a liberação, por outro lado, da
entrada de produtos transgênicos no País, através de empresas multinacionais.
Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Ademir Wiedecker,
Diretor do Sindicato dos Bancários, e foi apregoado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 66/99 (Processo nº 1724/99), de autoria da Vereadora Clênia
Maranhão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos
de Lei do Legislativo nºs 135/97, discutido pelos Vereadores João Dib e Cyro
Martini, 44/99, discutido pelos Vereadores João Dib e Clênia Maranhão, 53 e
57/99, os dois discutido pelo Vereador João Dib; em 2ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nºs 45 e 49/99; os Projetos de Resolução nºs 23/99,
discutido pelos Vereadores Elói Guimarães e José Valdir, e 25/99; em 3ª Sessão,
o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 01/99, os
Projetos de Lei do Legislativo nºs 41 e 47/99, o Projeto de Resolução nº 24/98.
Em continuidade, foi apregoado o Ofício nº 301/99, do Senhor Prefeito Municipal
de Porto Alegre, comunicando que deverá ausentar-se do Município no dia três de
junho do corrente, para viajar a São Paulo/SP. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Cláudio Sebenelo defendeu o uso do período de Grande Expediente para
tratar apenas de questões referentes ao debate político. Também, teceu críticas
à atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Estadual,
salientando evasão de indústrias observada no Estado e os reflexos dessa
situação no referente à oferta de empregos. Na ocasião, o Senhor Presidente,
face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Luiz Braz, Maristela Maffei
e Cláudio Sebenelo, prestou esclarecimentos acerca da concessão de apartes e da
interrupção de pronunciamentos formulados pelos Senhores Vereadores,
acerca do tratamento regimental a
ser utilizado entre os Senhores Parlamentares e acerca do artigo 23 do
Regimento. Na oportunidade, os trabalhos estiveram suspenso das dezessete horas
e dezessete minutos às dezessete horas e dezoito minutos, nos termos
regimentais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão teceu
considerações acerca de problemas verificados no Centro da Cidade, cobrando
maior atenção da Casa com relação às dificuldades observadas nessa área e
manifestando-se favoravelmente à iniciativa de empresários porto-alegrenses que
apoiam projeto de revitalização da Avenida Otávio Rocha. O Vereador Gilberto
Batista discorreu sobre situações enfrentados pelas escolas públicas do Estado
que trabalham com classes especiais, afirmando que a Secretaria Estadual de
Educação não tem substituído os professores que se aposentam, verificando-se
uma falta de atendimento a essa parcela da comunidade escolar. O Vereador
Carlos Alberto Garcia comentou Emenda de sua autoria aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 09/99, que dispõe sobre
as diretrizes orçamentárias para o próximo ano, dizendo objetivar a sua Emenda
a viabilização de recursos para a criação do Pronto Socorro da Zona Sul, junto
ao Hospital Parque Belém. O Vereador Guilherme Barbosa contraditou críticas à
administração do Partido dos Trabalhadores à frente dos Governos Municipal e
Estadual, formuladas hoje pelos Vereadores Cláudio Sebenelo e Clênia Maranhão,
prestando informações acerca de obras públicas que estão sendo feitas na Cidade
pelo Executivo Municipal e questionando os prováveis benefícios resultantes da
instalação de uma montadora de automóveis no Estado. A seguir, constatada a
existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento
verbal do Vereador Décio Schauren, solicitando alteração na ordem de apreciação
de matéria constante na Ordem do Dia. Após, foram aprovados os Requerimentos
nºs 123/99 (Processo nº 1706/99 - Sessão Solene destinada a homenagear o
transcurso do Dia do Acemista), de autoria da Mesa Diretora, e 124/99 (Processo
nº 1708/99 - Grande Expediente para homenagear as Cooperativas, pela passagem
do Dia Internacional do Cooperativismo), de autoria do Vereador Décio Schauren.
Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
23/98, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Lauro Hagemann, Luiz
Braz, João Dib, Isaac Ainhorn, Décio Schauren e Fernando Záchia. Após, foi
aprovada a Emenda nº 01 aposta a este Projeto. Durante a apreciação do Projeto
de Lei do Legislativo nº 23/98, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da
presente Sessão, nos termos regimentais. Na oportunidade, o Senhor Presidente,
face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Leão de Medeiros, prestou
esclarecimentos acerca da constitucionalidade do Projeto em questão. Em
Discussão Geral e Votação, foi apregoado o Projeto de Lei do Legislativo nº
47/98. Após, às dezoito horas e vinte e
oito minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à
hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Nereu D’Ávila, Juarez Pinheiro e Paulo Brum e
secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Juarez Pinheiro, este como
Secretário "ad hoc". Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Passamos à
A
Sra. Ione Terezinha Michele, representando a Associação dos Moradores do Bairro
Jardim Itu está com a palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. IONE TEREZINHA MICHELE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Hoje
estou aqui, exercendo a minha cidadania e representando a comissão dos
moradores dos Bairros Jardim Itu, Parque do Arvoredo, Vila Planalto e Vila Ipiranga,
e também todos que vieram aqui e que gostariam de ter a palavra para defender
essa radial que estamos tratando com a Prefeitura.
O
assunto que nos traz aqui, hoje, é o prolongamento da Av. Anita Garibaldi até
os limites de Alvorada. Em dezembro de 1998 chegou ao nosso conhecimento que
vias radiais estavam projetadas, cabendo aos nossos bairros três radiais, sendo
duas de projetos anteriores e a terceira, projetada em julho de 98, que aqui estamos discutindo.
Não
pretendo falar coisas novas e sim reafirmar as questões que são do conhecimento
da maioria dos Srs. Vereadores. Nós os visitamos, individualmente, em cada
gabinete e distribuímos todo o material a respeito desse Projeto. Também
tivemos audiência com a CUTHAB e, principalmente, reuniões com a
Secretaria Municipal do Planejamento.
Na
audiência com a CUTHAB, bem colocou o Sr. Secretário Burmeister sobre o adensamento da Cidade. As nossas comunidades envolvidas são
densamente povoadas e isso - ao realizarem o projeto - não era do conhecimento
da Secretaria Municipal do Planejamento. Utilizaram um mapa de mais ou menos
trinta anos atrás, completamente desatualizado.
Também,
esse novo Plano Diretor pretende ser mais democrático e participativo,
prevendo, inclusive, a consulta a
associações de moradores, quando esses locais fossem atingidos por projetos
especiais da Prefeitura, mas isto não aconteceu, embora estivesse previsto.
Haveria ainda, nessa proposta democrática de participação, uma aproximação das
comunidades com os técnicos, o que é outra contradição. O que aconteceu, de
fato, foi um plano com decisões puramente técnicas e administrativas.
Por
tudo isso, não perceberam que há muitas famílias morando nesse perímetro e que
equipamentos, de grande valor social para as comunidades, e até para a Cidade,
serão atingidos. Por exemplo: o Banco de Olhos, a Escola Estadual de 1º e 2º
Graus Gomes Carneiro, com 1200 alunos, será atingida frontalmente, o Centro
Comunitário da Vila Ipiranga, e mais ou menos 400 casas que envolvem o trajeto
desse perímetro.
Queremos
o mesmo espaço de discussão e de participação que tiveram outras comunidades
nesses processos envolvendo a Prefeitura, e que através dessa discussão e da
sua participação efetiva, conseguiram adequar, da melhor maneira possível, o
projeto que estava sendo proposto para as suas realidades de vida. Temos como
exemplos a Vila Planetário, Vila Mirim, que, de acordo com as propostas e com
as discussões, as populações foram satisfeitas de acordo com as suas
necessidades do momento.
O
que tem acontecido conosco é que, desde dezembro, temos feito inúmeras
reuniões, usamos todos os canais disponíveis e, até hoje, não obtivemos
respostas da Prefeitura, da SPM.
Se
já existem, nas nossas comunidades envolvidas, duas radiais projetadas, há mais
de vinte e cinco anos, e estas pessoas até hoje aguardam essas obras, por que
criar mais uma e deixar tantas outras pessoas numa situação de engessamento?
Porque ficamos engessados, não se pode vender, modificar.
Ainda
gostaríamos que a nossa história, a história do nosso bairro, a nossa
identidade social fosse respeitada.
O
mapa utilizado pelos técnicos da SPM para a realização do Projeto estava
desatualizado, estatisticamente.
Queremos
uma solução, não queremos só um problema. Por enquanto, colocaram nas nossas
mãos um problema, para o qual, estamos buscando uma solução.
A
nossa primeira proposta é pela anulação deste traçado danoso, principalmente
pelos equipamentos que serão atingidos e pelo que afetará a sociedade. Pelo
planejamento da Prefeitura, será um Projeto muito oneroso, em torno de 50
milhões de dólares. E isso também não se leva em conta? Em última instância, se
não puder ser anulado, que se lese o menor número possível de famílias. Aí
entra o progresso versus humanização. O progresso é importante, é necessário,
mas é importante que se humanize o progresso. É para muito adiante a realização
desse Projeto, para daqui a alguns anos! E o nosso futuro? Vamos aguardar
quinze, vinte, vinte e cinco anos para planejar nossas vidas? Hoje, a situação
econômica de cada um está muito abalada, por várias razões: desemprego, baixa
remuneração e poder aquisitivo muito aquém das necessidades das famílias.
Muitos, inclusive, utilizam sua moradia para fazer outros trabalhos que
complementam a renda familiar. Isso afeta a perspectiva de vida das pessoas
atingidas.
Mas,
conforme disse o Secretário Burmeister, as propostas serão estudadas e
avaliadas sob o ponto de vista dos maiores impactos e das melhores condições de
solução para a Cidade. A nosso ver, o Projeto dessa radial contradiz esse
aspecto.
Outra
contradição: numa das discussões com técnicos da SPM, ouviu-se que não há
necessidade de se preocuparem. Talvez daqui a vinte, vinte e cinco anos, esse
Projeto não aconteça tal como foi proposto, pelas mudanças e necessidades outras
que o próprio tempo criará. Então, perguntamos: valerá a pena o nosso
sacrifício? Essa espera? Diz, ainda, o Secretário: “mesmo depois de incluído no
Plano o traçado pode ser modificado”. E quem garante isso, se até agora não obtivemos nenhuma informação sobre as
propostas por nós elaboradas?
Porém,
quando nós entramos com as nossas alternativas, ouvimos que será difícil mudar,
devido aos critérios técnicos adotados. E é aí que está a nossa negociação, e
precisamos contar com o apoio dos Vereadores e da população. Para nós também
não estão claros os pontos que serão atingidos. Quando colocamos no mapa,
acreditamos conhecer o traçado, mas vem o técnico e contradiz a nossa proposta
e o que estamos pensando. Exemplo: quando se coloca no mapa, o traçado dado
pela SPM atinge determinados equipamentos, daí o técnico diz que não vai
atingir. Se ele está dizendo que não vai atingir é porque eles mesmos não vão
obedecer o critério que foi criado. O Secretário Burmeister disse: “Estamos à
disposição para discutir. A nossa proposta é clara.” Será que é assim que se
discute? Falou-se em credibilidade de números, porque apresentamos número de
moradias, número de casas, de equipamentos. Estamos aguardando até hoje os
dados da Prefeitura, porque os nossos já os temos, e a Prefeitura ficou de
fornecê-los a curto prazo e até hoje os estamos esperando.
A
nossa vinda a esta tribuna é mais para exercer a nossa cidadania e contar,
certamente, com o apoio dos Vereadores desta Cidade, que se intitula a Capital
da melhor qualidade de vida. Agradecemos e contamos com o apoio de todos.
Estamos com a UAMPA, com a Associação
dos Moradores do Jardim do IPE, Associação de Moradores da Vila Ipiranga,
Associação dos Amigos da Vila Planalto, moradores do Parque Arvoredo e em nome
de todos os moradores atingidos por essa Radial. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Sr. Tarso Schmidt.
O SR. TARSO SCHMIDT:
Boa tarde aos Vereadores e aos moradores que nos assistem no momento.
Complementando as informações que a nossa companheira Ione passou a todos, essa
Radial realmente nos traz um dano muito grande, tanto em nível de moradores,
como em nível de contribuinte, principalmente pelo custo financeiro que ela
envolve. Nós fizemos um cálculo e é algo em torno de cinqüenta milhões de
dólares. Numa época de tantas urgências e tantas prioridades, acreditamos que
esse dinheiro possa servir para a educação, saúde, etc. Ainda
com relação à Radial, ela não é necessária, porque existem dezenas de outras
ruas e avenidas que poderiam muito bem escoar esse fluxo em direção ao Leste da
Cidade, em direção à Alvorada. Por exemplo: a Engenheiro Rodolfo Sincher, Sadi
de Castro, a própria Protásio Alves pode
ser alargada em 10, 15 metros, inclusive junto ao Parque Jari, existe
uma área muito grande e sem onerar, sem atingir casa alguma.
Afora
outros aspectos ali do Porto Seco, que
também tem várias vias em direção à Alvorada. Existe já uma radial planejada
ali, que é a Nilo Peçanha, Av. Ipê e Av. Pasqualini, que também vai em direção
à Alvorada. Essa já está no mapa, não tem problema, já existe o traçado
planejado. É diferente da Anita Garibaldi e Alvorada, que não existe traçado
nenhum, vai atingir mais de quinhentas casas. Há um edifício, só para dar um
exemplo, que foi concluído no ano passado, por dois milhões de dólares e está
bem no meio da Rua Ada Mascarenhas e da Rua Fernando Strehlau. A incoerência é
muito grande, porque pegaram um mapa desatualizado de trinta anos atrás, uma
foto aérea do local que, na época, era área verde e desabitada. Pecaram desde o
início, pois primeiro deveria ter sido feita uma avaliação física do que seria
atingido. Desde então estamos nessa luta, procurando sensibilizar a todos, pois
a causa é justíssima, para que se reveja isso e que se faça, no máximo, um
prolongamento da Av. Anita Garibaldi, do lado do Iguatemi, pegando o Parque
Alemanha à direita, indo ao encontro da Av. Nilo Peçanha, sem desocupar casa
nenhuma, o que é uma coisa bem viável e que atenderia o escoamento, o que a própria
Secretaria pretende.
Era
isso que tínhamos a dizer, e contamos com o apoio de todos os Vereadores nessa
causa justa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu não sei quantos Vereadores
estiveram visitando aquele trecho, mas eu estive lá, a convite de alguns
moradores da região, e pude ver os problemas vividos por aquela comunidade, que
poderiam ser agravados se esse traçado fosse, realmente, levado a efeito. Só
que os prejuízos já existem no momento. No momento em que já existe um traçado,
aquelas casas, aqueles imóveis que são apanhados pelo traçado que está na
planta, imediatamente perdem o seu valor. Esses imóveis imediatamente já não
têm nenhuma condição de comercialização se, porventura, quisessem
comercializá-los. Trata-se de moradores, alguns deles que moram na região há
30, 40 anos, como eu vi ali alguns que estavam reivindicando a alteração desse
traçado. O traçado apanha inclusive
um prédio e algumas casas de muito boa construção, o que faria com que a
despesa do Município fosse muito alta somente para a desapropriação. Isso
acarretaria muitas despesas para o orçamento do Município. Conhecemos as
condições do Município, praticamente teríamos uma obra quase sem condições de
execução, só que onerando terrivelmente os moradores daquele local.
Quando
eu vim daquela região, chamei a atenção de alguns Vereadores com os quais eu
compartilho da Comissão do Plano Diretor desta Casa; discutimos emendas e
discutimos a aprovação primeira do Plano Diretor. Eu vi que uma das emendas que
possibilitaria, ou que pode possibilitar a nós Vereadores a discussão do traçado é
uma Emenda que, infelizmente, foi rejeitada pela primeira vez, a Emenda
nº 81, de autoria do Ver. Eliseu Sabino. A Emenda diz que sempre que a
alteração do traçado for ocasionar desapropriações como estas que poderão ser
ocasionadas lá no Jardim Itu, com esse traçado da quarta Radial, essa alteração
de traçado terá que passar pela Câmara de Vereadores. Eu não sei por que existe
um Parecer do Ver. João Motta dizendo que se nós aprovássemos essa Emenda nº
81, estaríamos mexendo naquilo que dispõe o Conselho do Plano Diretor, só ao
Conselho cabe fazer essas alterações. Só que a Emenda diz: “Sempre que houver
problemas com desapropriações.”, porque aí estamos mexendo no direito das
pessoas que estão naquele local, há 30 ou 40 anos, praticamente desde que o Bairro
começou a ter a sua população consagrada,
desde que aquele triângulo da Av. Baltazar de Oliveira Garcia começou a
configurar os limites do Bairro Jardim
Itu.
Então
nós temos a obrigação - e este é um apelo que eu faço aos Srs. Vereadores
- de fazermos com que a Emenda nº
81, que rejeitamos na nossa Comissão do
Plano Diretor, possa receber 17
assinaturas dos Srs. Vereadores, podendo
voltar a ser discutida, para que possamos aprovar esse direito da Câmara de
Vereadores que representa legitimamente a população, discutindo problemas como
esses que trazem tantas pessoas aqui hoje na Câmara de Vereadores, porque esta
Casa é responsável pelo direito que está sendo mexido e que pertence a esses
moradores do Jardim Itu.
Por
isso, acredito que temos os mecanismos e temos uma maneira de influir nesse
traçado. Acreditamos que é necessário fazer novos estudos, que a população
participe dos debates, podendo tomar parte dessas alterações, dos novos
traçados, para que realmente ninguém seja prejudicado. Que a Cidade possa
ganhar, mas não à custa de pessoas que fizeram toda a sua vida naquela Região e
que merecem, por isso, todo o respeito desta Casa e da Administração que está à
frente deste Município. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com satisfação, registro a presença nesta
Casa, nesta tarde, da Escola Mãe Admirável, alunos da 4ª Série, e as presenças
das Professoras Aline e Yara, que acompanham os alunos. Sintam-se à vontade,
considerem-se nas suas casas.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra, representando o Partido Democrático
Trabalhista.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
Presidentes das Associações, a Dona Ione, e o Sr. Tarso, representando os
Bairros Itu, Planalto, Arvoredo, Vila
Ipiranga e demais moradores.
Eu
conheço o assunto, porque resido na Zona Norte e, quando fui Secretário
Municipal dos Transportes, o que já faz, seguramente, l0 anos, tivemos a
oportunidade, a convite dos moradores da Associação do Itu, de tratar de
assuntos ligados ao transporte coletivo, em que veio à discussão a Radial
Leste, que num levantamento, eu diria aerofotogramétrico que, como já disseram
as Lideranças, já decorrem 30 anos que existe este traçado, quando ali era uma
área de campo, regiões abertas.
Mas
eu quero louvar a luta da comunidade, das lideranças, da Associação, porque é
importante a mobilização da comunidade e quero fazer uma afirmação e vou
assumir o risco desta afirmação. Dizer que não me passa pela idéia que um
administrador razoavelmente informado, diante daquela realidade que ali existe,
pudesse fazer uma radial por aquele traçado, pois, quem conhece a área, jamais
poderia imaginar, tendo outras alternativas, como a alternativa da Nilo
Peçanha, por exemplo; a Alberto Pasqualini, apenas para citar. Não se admite
que um Administrador, de bom senso - e não se admite um Administrador que não
seja de bom senso - possa fazer uma radial por ali. Os custos são fantásticos,
e todos conhecemos: pega hospital, pega escola, pega edifício, pega áreas
densamente ocupadas; enfim, quando temos outras alternativas.
Aprofundo mais a questão, também coloco, hoje, diante do quadro econômico em que vive o País e o Município, a necessidade, vejam bem, de se fazer uma radial naquela área tendo a Baltazar de Oliveira Garcia, que é um eixo de segmento da Av. Assis Brasil, de um porte dos maiores da Cidade de Porto Alegre, inclusive, com alguns espaços passíveis de ampliação. Vejam quantas alternativas dispõe a Administração para colocar em prática a Radial Leste, jamais, pelo traçado feito pelo levantamento aerofotográfico esposado, aqui, pelas lideranças, que é a da Av. Anita Garibaldi. Não temos dúvida disso, mas há uma realidade que a Câmara tem que assumir. O que ocorre com o fato de o traçado estar feito? Ocorre que os bens ali estão gravados. Há um gravame sobre as propriedades, sobre a área, e esse gravame tem que ser retirado, porque isso diminui, é uma “capitis diminutio” no direito que as pessoas têm de negociar e ter a valorização da propriedade.
Então, o que a Casa, o Município, o Prefeito, a Administração - na minha opinião - têm que definir, urgentemente, é, exatamente, retirar o gravame para que as referidas propriedades não sofram esse ônus em face da necessidade de vender, ampliar as edificações, etc. Fica, aqui, as nossas manifestações, nesse sentido, de estar atento ao problema e vamos acompanhar, e destacar a importância do movimento que estão fazendo, que chama atenção para isso que jamais pode ocorrer. Não nos passa pela idéia que um Administrador faça o traçado da Radial Leste por ali. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Estamos, neste momento da Sessão, ainda
vinculados à manifestação da população através da Tribuna Popular.
O
Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
comunidade que hoje nos visita preocupada com um problema muito sério. Eu
sempre digo que um homem público tem
que ter sensibilidade e capacidade de resposta. Não tenho por que duvidar que
os meus trinta e dois colegas não tenham sensibilidade e capacidade de
resposta. Acho que o pronunciamento feito desta tribuna pela comunidade,
através de seus dois representantes, deve ser o documento que dará início à
luta dos trinta e dois Vereadores e mais este Vereador, porque todos temos
sensibilidade. E deve ser esse documento acompanhado de um outro documento que
está sendo elaborado, dando as sugestões, mostrando as preocupações de todos.
Eu também não tenho por que pensar que o Executivo, através de seu Prefeito e
de seus Secretários também não tenham sensibilidade.
Penso
que realmente essa proposição não é boa para a Cidade, porque vai deixar em
aberto, sem uma definição, um problema permanente sobre as pessoas que estão
hoje com suas propriedades nas áreas que poderão ser atingidas.
Devo
lembrar que temos, desde 1959, o Plano Diretor com três perimetrais. Essas três
perimetrais, até hoje, não estão executadas em sua plenitude, mas foram
preparadas, com traçado definido para que pudessem ser implantadas. Mas vejo,
por exemplo, a I Perimetral, que tinha projeto, que tinha solução definida e
esbarrou numa decisão do Reitor da
Universidade, Dr. Eliseu Paglioli, que resolveu construir, na passagem da I Perimetral, a Faculdade de Arquitetura, o
que deixou a Prefeitura muito mal com a I Perimetral, tendo que buscar uma
solução alternativa. A solução alternativa atingiria o prédio da Faculdade de
Medicina, e a Perimetral desviou; está lá, inacabada, incompleta, com dificuldades, mas com a
sensibilidade daqueles que dirigem a
Cidade. E não tenho por que não acreditar que o Secretário, Dr. Newton
Burmeister, não tenha sensibilidade. Claro que ele tem. Ele é um profissional
liberal, um técnico, um arquiteto, um urbanista e ele vai-se sensibilizar. Mas
o importante é que se deixe um trajeto definido, que deve ser estudado com a
coletividade. Não há outra maneira de fazer. E a Prefeitura tem um levantamento
aerofotogramétrico muito bom, concluído na minha Administração. Mas, de
repente, dentro do gabinete, as coisas são de outra forma. É preciso que se vá
a campo e veja: o Banco de Olhos será atingido! Não tem sentido. Então, não
faz diferença se a avenida que se pretende fazer passar a duzentos ou trezentos
metros depois, é o automóvel que vai
percorrer, é para que haja um melhor
escoamento do trânsito. Então não temos problema, desde que ela seja
feita respeitando a preocupação de uma coletividade que realmente está
sofrendo, está angustiada e que precisa
de uma solução.
O
Ver. Luiz Braz colocou que vamos buscar as assinaturas necessárias e essas
assinaturas serão reforçadas pelo trabalho da coletividade que está sofrendo.
Ninguém melhor do que aquele que sofre o problema para apontar uma solução.
Quem convive com as ruas da cidade, do seu bairro, conhece muito bem e pode
indicar soluções. Tenho absoluta convicção de que o Executivo também está
aberto a uma solução que agrade toda a população. E há, realmente, como foi
colocado nos dois pronunciamentos, várias alternativas. Não há obrigatoriamente
que se fazer um traçado, que depois poderá não
ser o executado. Mas como disseram os Vereadores Luiz Braz e Elói
Guimarães, a população fica presa àquilo. Então, se é para fazer, vamos colocar
o traçado definitivo e sabendo, com a coletividade, quem vai ser prejudicado e
quem não vai ser; porque, na verdade, nós, representantes do povo - e o
Executivo também deve pensar da mesma forma -, não queremos o prejuízo da
coletividade. A solução será encontrada com as dezessete assinaturas
necessárias para fazer uma emenda melhor, apesar de a Emenda do Ver. Eliseu
Sabino ser muito boa. Mas vamos fazer um trabalho junto com a coletividade e o
Executivo para que se tenha uma solução digna de uma Cidade que se orgulha em
ter 80 anos de história de Plano Diretor.
Nós
estamos fazendo o III Plano Diretor desta Cidade e é possível que os seus
técnicos que estão no Sistema de Planejamento da Prefeitura entendam os anseios
desta coletividade, que precisa tranqüilidade acima de tudo. Saúde e paz. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para que a comunidade
possa sair daqui bem orientada, gostaria de avisar que está funcionando na Casa
a Comissão do Plano Diretor, e é dentro dela que nós continuaremos debatendo
este assunto que é ligado aos moradores do Jardim Itu.
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Ver. Luiz Braz. Foi bom V. Exa.
referir isso, para que a população tenha todos os dados para avaliação. O Plano
Diretor está conosco desde o ano passado. A Comissão Especial tem 17 Vereadores
representando todos os Partidos da Casa. A Comissão está na terceira parte do
Plano, já para ser concluída. São três relatores, um de cada parte. Agora irá
ao relator-geral que sistematizará todas as emendas, destaques, alterações, que
resultaram do estudo dessa Comissão Especial de 17 Vereadores, sendo que o
Relator é o Ver. Lauro Hagemann. Após a conclusão da Comissão Especial, o Plano
Diretor virá a este Plenário, saindo do âmbito de discussão dos 17 Vereadores
que compõem a Comissão, para o debate dos 33 Vereadores. Ainda há, como
disseram os Vereadores que ocuparam a tribuna, oportunidade de emendas, agora,
com 17 assinaturas, não havendo nenhum problema quanto a isso, pois todos
estamos atentos aos problemas da Cidade e, evidentemente, os Vereadores assinarão,
até para que flua a discussão. É bom deixar claro que uma emenda que tenha 17
assinaturas não significa que será aprovada. Não! Na votação, ela passará pelo
crivo dos Srs. Vereadores. Mas este é o painel que o Ver. Luiz Braz, em boa
hora, solicitou que esclarecêssemos a nossa população para que ela saiba tudo o
que está ocorrendo, com grandes possibilidades de mudar o que V. Sas. estão
reivindicando. Só não podemos dizer que as mudanças serão fatalmente acontecidas, mas a Emenda, pelas propostas dos Vereadores
que ocuparam a tribuna, será formulada.
O SR. ANTÔNIO LOSADA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tendo em vista que, na
intervenção da Liderança do Jardim Planalto e Itu, foi citada a CUTHAB, nós
queríamos dizer que também participamos de reuniões com essa comunidade e
sentimos de perto suas reivindicações, onde promovemos um encontro da
comunidade com o Secretário do Planejamento, que aprofundou junto às
comunidades a importância do Plano Diretor e o que significava aquele traçado
para o Plano Diretor, mas não ficaram fechadas as portas, para se buscar uma
solução que atenda às necessidades de desenvolvimento do bairro e,
conseqüentemente, da Cidade. Também quero contemplar os interesses dessas
comunidades e, portanto, a CUTHAB deu essa contribuição e sempre dará, na busca
da solução desse problema.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, no que diz respeito ao
gravame sobre as propriedades, em razão do traçado da Radial Leste, a Comissão de Justiça coloca-se à disposição dos
moradores.
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença de todos nesta
tarde, aquele pessoal querido lá da Zona Norte, do Jardim Itu, do Jardim Barão
do Caí e arredores. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas às visitas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 12h46min.)
O SR. PRESIDENTE (às 14h47min):
Estão reabertos os trabalhos.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a inversão na
ordem dos trabalhos, para que o Grande Expediente seja antecipado.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Requeiro a V. Exa. que a Presidência
envie as notas taquigráficas da Tribuna Popular de hoje ao Sr. Secretário
Municipal do Planejamento e ao Prefeito Municipal para que, de maneira formal,
a Câmara contribua com esse debate.
O SR. PRESIDENTE: Muito boa sugestão, Ver. Adeli Sell.
Autorizo a liberação das notas taquigráficas tão logo o prazo regimental seja
obedecido.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos
ao
Este
período do dia de hoje destina-se a homenagear os 25 anos de fundação do Curso
de Liderança Juvenil - CLJ. Convidamos para compor a Mesa o Padre Zeno
Hastenteufel, fundador do CLJ; Diretor Espiritual do CLJ, Monsenhor
Severino Brum; Casal Presidente do Secretariado Arquidiocesano do CLJ, Tio
Jorge e Tia Olinda Sandin; e a Presidente Jovem do Secretariado Arquidiocesano
do CLJ, Michele Tamagno. (Palmas.)
Passamos,
de imediato, a palavra para o Ver. João Carlos Nedel, proponente deste Grande
Expediente especial.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr.
Padre Zeno Hastenteufel, Monsenhor Severino Brum, que teve recentemente
aprovado o título de Líder Comunitário
por esta Casa, Tio Jorge e Tia Olinda e Michele Tamagno, Padre Amadeu Canellas,
Alberto de Lima Dutra, Galeno e Sonia Veríssimo, Padre Ermelindo Lottermann,
Jackson e Nilva Porto, Alberi e Teresa Diniz; Srs. tios do CLJ; Senhoras e
Senhores; queridos jovens componentes do Curso de Liderança Juvenil.
Em
recente pesquisa feita pela UNESCO, entre universitários do Rio de Janeiro,
cujos resultados tenho aqui em mãos, foram atribuídas notas de 1 a 10, às
instituições que mais exercem influência sobre a vida nacional. Por exemplo,
aos partidos políticos, nota 2,5; à polícia, nota 3,0; aos governos, nota 3,2;
ao Congresso, nota 4,1; ao Poder Judiciário, nota 4,1; à escola, nota 6,9; aos
meios de comunicação, nota 7,1; à Igreja, nota 7,2; e à família nota 9,0. Como
se pode perceber clara e lamentavelmente, os partidos políticos e os governos
estão desacreditados pelos jovens. Não é este o lugar, nem esta a hora para
discutirmos as causas desse descrédito,
o que deveremos fazer em outras oportunidades.
Mas
o que eu quero destacar aqui, senhoras e senhoras, jovens, é a posição de importância que receberam a família e a
Igreja. Ficamos muito satisfeitos com esse resultado, pois revela pelo menos
duas coisas: primeiro, Sr.
Presidente, o acerto desta Casa ao
promover, no último dia 13 de maio, um Seminário em Defesa dos Valores da
Família, que tive a honra de coordenar, pois visou à preservação da instituição
mais valorizada pelos jovens: a família. É indiscutível o valor da família para
a juventude, e creio que não haja quem possa argumentar contra esse fato. Isso,
inclusive, a tem tornado alvo de mentes deformadas que, pretendendo fazer do
povo massa de manobra, buscam o enfraquecimento da família e, por esse meio, a
desestruturação da sociedade.
E,
em segundo lugar, o resultado da pesquisa revela o reconhecimento da
importância que a Igreja demonstra ter para o presente e o futuro de nosso
País. Tenho destacado, sempre que posso, o papel desempenhado pela Igreja nos
campos da educação e da saúde, em benefício do povo brasileiro.
Hoje,
desejo realçar a importância que a Igreja tem na orientação dos jovens para a
vida em sociedade, inclusive na preparação de lideranças confiáveis, capazes
de, no futuro, assumirem posições destacadas na condução dos destinos de nossas
comunidades, em favor do bem comum. Dos muitos tipos de trabalhos que a Igreja
realiza neste sentido há um especial, nascido nesta Cidade de Porto Alegre, e
que se notabilizou pelo vigor de sua ação e pela amplitude que assumiu.
Trata-se do CLJ, Curso de Liderança Juvenil, que por si só já identifica a sua
orientação e propósito, e que está completando 25 anos de existência, motivo
que leva esta Câmara de Vereadores a prestar-lhe a homenagem que agora se
realiza, com muita justiça e propriedade.
O
CLJ nasceu na Igreja São Pedro, por iniciativa e sob a liderança do Padre Zeno
Hastenteufel, com o objetivo claro de apresentar aos jovens um Cristo capaz de
fasciná-los e de atraí-los para o seu caminho. O nome CLJ, inclusive, partiu de
uma sugestão dos próprios jovens, entusiasmados com os conteúdos e com o
resultado do primeiro encontro.
Poucos
meses depois, realizava-se o segundo CLJ, com grande repercussão na comunidade
que, entre interessada e curiosa, queria conhecer mais de perto o que era
aquela novidade.
A
postura e a perseverança dos jovens que haviam feito os primeiros encontros do
CLJ foram percebidas pela Cidade inteira. E Monsenhor Severino Brum, da
Paróquia da Sagrada Família, inovador e sempre atento, ao perceber o alcance e
os benefícios dessa coisa nova que o Padre Zeno estava promovendo, tratou de
levar o CLJ também para sua Paróquia.
O
CLJ foi, então, reconhecido pelo Senhor Arcebispo, o falecido e saudoso Cardeal
D. Vicente Scherer, por influência, também, do Bispo Auxiliar D. Antonio do
Carmo Cheuiche, como “Movimento Arquidiocesano”, aberto para as demais
paróquias que o quisessem implantar.
A
partir daí, o CLJ foi-se firmando como “momento”, enquanto curso de apenas três
dias, e como “movimento”, enquanto grupo fixo e estável que vai trabalhando
como pastoral de jovens, no qual sempre está muito presente a grande frase de
Paulo VI: “É preciso que o jovem seja apóstolo de jovens”. Em pouco tempo, o CLJ se espalhou pelas
paróquias de Porto Alegre, indo, depois, para as dioceses do interior. Hoje,
está implantado em seis dioceses: Porto Alegre, Novo Hamburgo, Passo Fundo,
Frederico Westphalen, Vacaria e Bagé, e tem recebido pedidos para implantação
em outros Estados do País.
Atualmente
o CLJ funciona em mais de duzentas paróquias, onde atuam animados grupos de
jovens, com a participação de casais adultos e com uma vivência cristã, voltada
para a evangelização da juventude. Já foram realizados mais de quinhentos
cursos - e o Alberto Dutra me comunicava que nesse fim de semana será
realizado, em Porto Alegre, o curso de número 296, só em Porto Alegre - e,
seguramente, mais de vinte mil jovens já foram atingidos. Em nossas dioceses,
inclusive, já há vários sacerdotes provenientes das fileiras do CLJ e nos
seminários há ainda grandes esperanças de vocações, nascidas no CLJ.
Indiscutivelmente,
Senhoras e Senhores, o CLJ - Curso de Liderança Juvenil - é um dos importantes
instrumentos de aperfeiçoamento da sociedade de que a Igreja dispõe, nascido da
inspiração, da boa-vontade, da entrega e do amor de um sacerdote, de algumas
religiosas e de um pequeno grupo de leigos, jovens e adultos, que acreditaram e
acreditam que “...é bela a vida que se dá...”; que cantam alegremente que “...é
preciso que o mundo seja um pouco melhor, porque nele eu vivi e por ele tu
passaste, meu irmão...”; e que entendem que se “...unidos estamos aqui, unidos
queremos ficar...”, dessa união
colhemos a força para ajudar o mundo a ser melhor.
Parabéns,
ao CLJ, por seus vinte e cinco anos de
criação! Que Deus Nosso Senhor derrame
sobre o CLJ suas graças e bênçãos. Que o Espirito Santo continue a iluminá-lo
nesse caminho de orientação aos jovens. E que Jesus Cristo o acompanhe sempre
nessa trajetória. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): A
Vera. Sônia Santos está com a palavra
pelo tempo que lhe cede o Ver. Hélio Corbellini.
A SRA. SÔNIA SANTOS: (Saúda os componentes da Mesa.) Senhoras
e Senhores Vereadores; Senhoras, Senhores; jovens aqui presentes. Hoje é um dia
de festa, é um dia de alegria: vinte e cinco anos que um grupo de jovens faz, e
continua adolescente, continua jovem, continua alegre, continua vívido.
Realmente,
foram importantes as palavras aqui proferidas pelo Ver. João Carlos Nedel, contando-nos da importância da história
desse movimento que se firma cada vez mais ao longo desses vinte e cinco anos.
E, com certeza muitos mais, vinte e cinco ou cinqüenta ou setenta e cinco anos,
virão.
O
que eu gostaria de compartilhar com vocês é a importância de um movimento como
este, que tem como objetivo o jovem, pois é justamente essa uma faixa etária de
grandes modificações, um momento em que há grande insegurança e muitas dúvidas,
quando o jovem se sente, às vezes, desamparado. E há um grupo de pessoas que se
dedica a segurar a mão desses jovens, a estar com eles, a mostrar que a vida é
bela, que há coisas bonitas e importantes para se fazer. E se há nuvens, com
certeza o sol brilha atrás delas, e vai brilhar na vida de cada um de nós; vai
depender do nosso empenho, do nosso trabalho, da nossa luta e da nossa
determinação.
Eu
falo na primeira pessoa; falo como a pessoa que, em 1979, fez o CLJ, através da
Igreja São Pedro, e foi uma das experiências mais bonitas da minha vida! Eu
tenho gravado na minha memória, no meu coração, não só aqueles três dias, mas
tantas reuniões das quais participei e tantas pessoas que muito me ensinaram e
que forjaram no meu caráter coisas que perduram até hoje.
Por
isso, eu quero prestar, nesta tribuna, um tributo de gratidão àqueles que
fundaram esse movimento, àqueles que trabalharam, àqueles que fizeram com que
esse movimento se tornasse o que é hoje. E peço aqui, a todos que participam
desse movimento, que continuem
dedicando as suas vidas a outras vidas, porque vale a pena! Valeu na
minha vida e, com certeza, vai valer na vida de cada um de vocês! Um dia, a
eternidade vai prestar um tributo a cada um de vocês, como diz o Apocalipse,
segundo a obra que cada um fez na face da Terra. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Helena Bonumá está com a palavra.
A SRA. HELENA BONUMÁ: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Vinte e cinco anos de Curso de Formação de Liderança Juvenil,
certamente, é uma coisa expressiva. O principal tema relacionado à importância
dessa prática e dessa ação, sem dúvida, é uma ação social de muita relevância,
porque se trata de conteúdo de educação, de cidadania e voltada a uma faixa da
sociedade extremamente importante, que é a juventude e, muitas vezes,
extremamente carente de alternativas como essa. São vinte e cinco anos de um
trabalho que merece, certamente, ser
homenageado.
A
nossa Bancada entende que essa homenagem é muito justa e necessária; esse
resgate desse tipo de trabalho é importante. Nós sabemos e conhecemos diversos
companheiros nossos que passaram pelos cursos do CLJ. Nós sabemos da
importância social, da ação que os membros do CLJ e as diferentes gerações de
jovens que passaram por lá tiveram. E têm a ação social, importante num país
como o nosso, necessário que nem no nosso. Então, a nossa Bancada entendeu que
deveríamos também nos manifestar.
Eu
gostaria de resgatar alguns pontos que o Ver. João Carlos Nedel trouxe à
tribuna. O primeiro deles é em relação aos problemas que a família vive hoje na
nossa sociedade. É importante uma reflexão bem aprofundada em relação a isso. A
família é, sem dúvida, uma instituição que atravessa os tempos, e é uma
instituição que em cada momento da história assume características de acordo
com o período da história que vivemos. E nós, num capitalismo bárbaro, selvagem,
como o que vivemos, o que vemos é que
também a família se desintegra, porque não é dada à família condições sociais,
condições materiais, muitas vezes, e condições humanas, inclusive, para a sua
vida, para a sua permanência, para suas relações. Então, muitas vezes, nós
vemos que na nossa sociedade, inclusive a família se barbariza, e nós temos os
dados dessa violência, dessa desagregação familiar, e é preciso que percebamos
que por trás dessa desagregação familiar e dessa violência - que é a violência
doméstica, que é a violência que a criança e o adolescente sofrem, que é a
violência sexual, que é a violência doméstica contra a mulher e que nós sabemos
que existe no interior das famílias -, existe
um sistema social e econômico extremamente perverso e que vive disso.
A
sua reprodução depende da exploração de um contingente muito grande da
população. É necessário que alienação humana se reproduza para que continuemos
convivendo com essa violência que a sociedade nos impõe.
O
tema, que até originalmente eu trataria aqui neste espaço, é o da violência,
com a qual estamos todos preocupados nesta Casa. Inclusive, estou propondo à
Câmara de Vereadores uma Comissão Especial sobre Segurança Pública.
Nós
sabemos que a violência também é um tema importante da reflexão sobre a
juventude.
Muitas
vezes, somos vítimas da violência, e esta tem crescido significativamente, sob
várias formas, na nossa sociedade. Nós podemos dizer, hoje, que a violência é
endêmica, enraizada, está no tecido social.
É
gozado porque, quando vivíamos na ditadura militar, a violência que mais
sentíamos era a do Estado contra o cidadão: falta de democracia, repressão
política e falta de liberdade de expressão. Nós apostávamos que o Estado
democrático de direito recuperaria uma situação social onde não houvesse
violência, pudéssemos viver em paz, ser cidadãos e ter os nossos direitos
respeitados. O que nós vemos numa sociedade como a nossa é que, apesar de
termos uma democracia dita política, não temos democracia econômica e nem uma
situação social que nos dê tranqüilidade para viver, bem como, as nossas
famílias e as nossas relações. Não temos políticas educacionais, sociais,
enfim, condições de sermos seres
humanos plenos.
Tenho
certeza de que V. Sas., com a experiência de trabalho que têm através do CLJ,
sabem disso, bem como do significado, do peso da problemática que estou
levantando aqui, porque, com certeza, ela deve
ter uma incidência no trabalho que hoje V. Sas. desenvolvem.
Podemos
ver que essa violência está disseminada, através do exemplo que o próprio
Estado dá, à medida que desconsidera a cidadania.
Vou
dar pequenos exemplos para fazermos uma reflexão. Eu considero muito importante
que esse diálogo possa ser feito com a juventude, porque ela pensa no futuro, e
é o nosso futuro. E que futuro apontamos para o nosso País quando cortamos os
recursos alimentares de políticas básicas, como educação, saúde e assistência
social, passando-os para pagar a dívida externa, uma dívida que já foi paga
três ou quatro vezes? São bilhões, bilhões e bilhões.
Então, nós vamos pensar: onde é que está o emprego no País? A questão da falta do emprego, nós não podemos pensar que seja problema da crise geral e mundial, e aqui está-se abatendo sobre o Brasil. É uma crise mundial fruto de um modelo econômico que está estabelecido no mundo inteiro, e que os últimos governos federais, neoliberais, têm implantado no Brasil. Então, o desemprego é uma opção de governo, é uma opção de modelo de desenvolvimento. E qual é o futuro que nós apresentamos para a juventude, quando o modelo de desenvolvimento adotado no nosso País é um modelo que tira emprego, que tira as condições para a realização da vida?
O SR. PRESIDENTE: (Diante de apartes anti-regimentais
havidos no Plenário.) Vera. Helena Bonumá, por gentileza, vou suspender seu
tempo.
Eu
solicito aos Srs. Vereadores que, numa Sessão da grandiosidade desta, em que se
aborda um movimento social de tamanha importância, não sejam feitos apartes
anti-regimentais, para que a oradora, na tribuna, possa fazer com tranqüilidade
a sua intervenção. Faço um apelo aos Srs. Vereadores.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Obrigada, Vereador. Ao contrário de um
governo como o que se inicia aqui no Estado do Rio Grande do Sul, que se propõe a fazer modificações radicais,
de um governo que teve, no seu início, um enfrentamento semelhante a esse, com
a Ford, em que tomou uma atitude bem concreta - estou tocando nesse assunto até
porque ouvi algo sobre isso aqui no Plenário - no seguinte sentido: os recursos
públicos não vão para multinacionais; eles vão para aplicação nas políticas
sociais, que são mais necessárias. Esse foi o compromisso que elegeu o partido
da Bancada que eu represento aqui nesta Câmara.
Para
finalizar - e eu considero que a questão que eu quero abordar aqui, no final,
se vincula diretamente ao conteúdo principal que o CLJ tem discutido, ao longo do tempo, que é a
cidadania -, a cidadania tem a ver com a política, a política também tem a ver
com os partidos políticos, e nós estamos numa casa política.
Eu
acredito que o povo brasileiro esteja desiludido com a política, por causa dos
exemplos que nós temos na política. Além disso, pelo que tem sido - e a
juventude deve estudar isso -, historicamente, a política neste País, nós
sabemos para que ela tem servido. O Estado, bem como as principais instituições
políticas do País, infelizmente, ao longo da nossa história - e nós vamos fazer
quinhentos anos de dominação no ano que vem, no ano 2000 -, tem servido para o
benefício de uma elite dominante. Mas nem todos os partidos são assim.
Nós
temos alternativas, e a juventude tem que acreditar nisso. Evidentemente, a
Bancada do Partido dos Trabalhadores não poderia deixar de comparecer a esta
homenagem, com o objetivo de dizer que não percamos a esperança, que sigamos
trabalhando, pois nós temos tido conquistas efetivas, significativas, e
poderemos ter outras maiores ainda neste País que merece. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Neste momento ouviremos a música
“Dia-a-dia”, interpretada pelos jovens do movimento.
(Apresentação
dos jovens do movimento.)
Após
essa bela canção interpretada pelos jovens, tomados na sua quase totalidade de
profunda emoção, e, neste momento, em que fazem um encontro com o Poder Público
Municipal, por certo a emoção deve ter ficado ainda maior. Esta Casa sente-se
engalanada e sensibilizada com a interpretação.
Passamos
a palavra ao Tio Jorge Sandin, Presidente do Secretariado Arquidiocesano do
CLJ.
O SR. JORGE SANDIN: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Como Jesus Cristo é magnífico, como ele é maravilhoso! Somente
Cristo poderia nos proporcionar momentos gratificantes como este. É por isso
que o nosso movimento é belo e faz, agora, 35 anos e, por certo, fará muito
mais.
Vinte
e cinco anos de CLJ! O Curso de Liderança Juvenil foi criado pelo Padre Zeno
Hastenteufel e por um grupo de jovens crismandos no mês de junho de 1974 na
Paróquia São Pedro. Depois de sua criação até os dias de hoje, tem no Padre
Severino Brum seu maior incentivador e líder espiritual. Participam do CLJ padres,
jovens leigos e casais que, carinhosamente, são chamados de tios.
O
CLJ é um movimento que, através de método próprio, busca criar jovens
comprometidos a serem sinal evangelizador na família, na escola, no trabalho,
ou seja, em todos os ambientes onde vivem e convivem. O CLJ, dentro dos seus
objetivos, quer proporcionar aos jovens, condições para a realização de sua
vocação pessoal; deseja também ajudar o jovem para que se projete como cristão
na construção de um mundo novo, de justiça e paz.
O
movimento CLJ, ao longo destes 25 anos, lançou muitas sementes de Deus nos
corações dos jovens. Sendo assim, evoluiu, cresceu, expandiu-se para além do
nosso Estado, contando com a participação de Santa Catarina, na diocese de
Tubarão. E, hoje, há cerca de 50.000 jovens que já estiveram presentes em mais
de 800 cursos de formação, tornando-se instrumentos da Boa Nova e seguidores de
Cristo. Comemora 25 anos de existência, pois vem de Deus. Secretariado
Arquidiocesano, gestão 1999. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador. )
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Sra. Michele Tamagno, em
Grande Expediente.
A SRA. MICHELE TAMAGNO: Boa tarde a todos. Em nome do CLJ
agradeço, primeiro a Deus pela oportunidade de estar aqui, comemorando os 25
anos de existência do nosso movimento que foi fundado, com muito amor, pelo
Padre Zeno.
Quero
deixar, aqui, o nosso muito obrigado aos Srs. Vereadores, em especial ao Ver.
João Carlos Nedel, que sempre demonstrou muito carinho e atenção para conosco.
Pedimos
a Deus que V. Exas, guiados pela fé e pelo amor de Cristo consigam ajudar na
construção de um mundo mais humano e fraterno. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Completando o tempo do Movimento, esta
Casa, com muita honra, ouvirá agora a intervenção do fundador do CLJ, em 1974,
na Paróquia de São Pedro, Pe. Zeno Hastenteufel.
O SR. ZENO HASTENTEUFEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) É com muita alegria que registramos
nesta Casa, hoje, a celebração dos 25 anos do CLJ.
Pela
primeira vez quero contar, em público, um diálogo que tive com o então
Arcebispo Dom Vicente Scherer, quando pedi a ele para que o nosso movimento se tornasse arquidiocesano. Ele me
disse, na ocasião, que se esse movimento viesse de Deus ele produziria muitos
frutos e que duraria aqui em Porto Alegre, mas se não viesse de Deus, em pouco
tempo terminaria. Então, se hoje estamos comemorando 25 anos, com os frutos já
colhidos em nosso meio e até mesmo dentro desta Casa, nós estamos felizes e
podemos testemunhar que é uma obra de Deus, que está escrevendo um capítulo
importante da sua história em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a partir do
CLJ e de todos que por essa experiência já passaram.
Agradeço
pela iniciativa do Ver. João Carlos Nedel e pela colaboração de todos. Que o
CLJ possa continuar assumindo o desafio de implantar os cinqüenta anos, daqui a
vinte e cinco anos, se Deus quiser. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Permito-me, Pe. Zeno e demais membros do
movimento, lembrar a figura de alguém que já se foi e que foi, também, um dos
grandes incentivadores, na sua Paróquia, do movimento do CLJ, que foi o Pe.
José Miguel, da Igreja de Fátima, no IAPI.
Aos
jovens presentes eu quero relembrar - já que quase todos, ou são adolescentes
ou estão saindo da adolescência - que é muito bom ser adolescente, ao contrário
do que alguns pensam, porque na adolescência nós questionamos as coisas. Os
adultos, às vezes, esquecem de questionar e se conformam com o senso comum.
Vocês, ao contrário, estão sempre
questionando. Prossigam assim pelo resto de suas vidas.
Ouviremos
o Hino do CLJ: Unidos
(Apresentação
dos jovens do movimento, que interpretam o Hino do CLJ.)
Finalizamos
este período da Sessão e, em nome de todos os Vereadores desta Casa, queremos
dizer que nos sentimos honrados de
podermos comemorar os 25 anos do CLJ.
Padre
Zeno Hastenteufel, em seu nome as nossas homenagens, as homenagens do Poder
Público Municipal, do Poder Legislativo Municipal. Desejamos que esse movimento continue por muito e muito tempo.
Suspendemos
os trabalhos, para as despedidas
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h34min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h36min): Estão reabertos os trabalhos.
Vamos
dar continuidade ao período de Grande Expediente. O Ver. Guilherme Barbosa está
com a palavra.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
após esse momento de muita energia, venho a esta tribuna para continuar
o período de Grande Expediente. Quero fazer algumas reflexões com os Srs.
Vereadores sobre a situação do País e a imagem que tem hoje o Presidente da
República junto à população brasileira.
No dia 28, o Jornal Zero Hora, assim como outros da nossa Capital,
trouxe uma matéria que tinha como manchete, Ver. Pedro Américo Leal:
“Brasileiro está mais insatisfeito com o Governo Federal”. Ali dizia: “Segundo
o levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria, realizado pelo
IBOPE, apenas 18% dos brasileiros consideram que o governo está ótimo ou bom. Para
44% dos entrevistados, o governo é ruim ou péssimo. Em março de 1997, o
Presidente Fernando Henrique chegou a ter 51% de ótimo ou bom.”
O SR. PRESIDENTE: Ver. Guilherme Barbosa, vamos suspender o
tempo de V. Exa. e solicitamos que os Srs. Vereadores se despeçam dos amigos do
CLJ na parte de fora das galerias para que possamos dar continuidade aos
trabalhos.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Obrigado, Sr. Presidente. Atualmente o
Presidente tem apenas 18% de aprovação popular. Hoje, os jornais lançaram outra
pesquisa divulgada pelo Jornal do Comércio, realizada pela CNT/Vox Populi, em
que mostra praticamente a mesma situação. O Presidente da República é reprovado
por 64% do povo brasileiro, e 15%, apenas, considera o Presidente bom ou ótimo.
Há
que se refletir: por que o Presidente Fernando Henrique Cardoso está com um
índice tão baixo de popularidade, de aprovação? Isso começou, na verdade, com o
processo de reeleição do Presidente, com as suas promessas de campanha,
garantindo ao povo brasileiro que a moeda brasileira estava fortíssima, e que,
em seu segundo governo, cuidaria da
questões sociais do País. Já se sabia, antes da campanha, que isso não era
verdade.
Em
abril de 1998 o nosso Partido já afirmava que a moeda estava correndo um risco
muito grande, que a relação entre o real e o dólar, em torno de 15% de
diferença, era falsa, e que isso apareceria logo adiante. E afirmou também que
o Presidente tinha condições, já que havia uma reserva de sete bilhões de
dólares, de fazer a modificação paulatinamente fazendo a modificação, mas ele
não fez porque isso significaria uma inflação baixa, controlada, mas baixa. Ele
não fez para poder ganhar a eleição. Ele sabia que tinha que mudar, mas enganou
o povo brasileiro. Logo que passou a eleição, o que aconteceu? Imediatamente a
nossa moeda foi desvalorizada, num valor de grande impacto para a economia,
mais de 40% de perda da nossa moeda foi realizada em poucos minutos. Isso
liquidou com tudo o que se dizia anteriormente. Já se sabia que havia um grande
desemprego no País, mas se compensava na propaganda dizendo que a moeda estava
forte, e isso era importante. Todos nós queremos uma moeda forte sim, mas não
de uma maneira falsa como tínhamos antes. O Presidente abriu, sem critérios, as
fronteiras do País, liquidando a economia nacional. A indústria brasileira tem
uma queda violenta. O capitalismo tem que abrir as fronteiras sim, mas, pelo
menos, os que defendem sabem que tem que haver processo. E não foi assim, e
quebrou as empresas. E agora se sabe também que não é a primeira vez que o
Presidente da República, ele próprio, interveio no processo de privatização no
setor da telefonia. A desculpa é que ele interveio para melhorar o preço. Ora,
mas isso é um fato inaceitável sob todos os pontos de vista. Queremos explicação!
Queremos que tudo fique muito claro.!
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. me permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Acompanho o raciocínio de V. Exa. e concordo, porque
a popularidade atual do Presidente, esta sim é real e verdadeira, aquela
pré-eleitoral era artificial, só que resultou, para a Nação, para o povo
brasileiro, uma catástrofe. O País mergulhou numa crise profunda, não há
emprego, quebrou-se a agricultura, entregou-se o patrimônio nacional.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Muito obrigado. Agora vejam, há uma situação difícil no País inteiro. Hoje os
jornais trazem a informação de que Pernambuco está inadimplente com o Governo
Federal. Pernambuco, governado, liderado por um Governador do PMDB, está
inadimplente. Na verdade estão todos, ou quase todos, melhor dizendo estão
todos, ou quase todos. O Rio Grande do Sul não está inadimplente. Por
autorização da Justiça tem depositado em juízo a sua dívida que é impagável, e
da forma que foi negociada é impossível pagá-la.
É
preciso que haja uma modificação completa no Governo de nosso País. Chega de
Fernando Henrique! Ele é hoje um Presidente desmoralizado. O Governo mal
começou e os partidos de sua base já
discutem sobre quais serão os candidatos para o ano 2002. O PMDB já discute se
continuará dando apoio ao Presidente Fernando Henrique ou não. É uma
desmoralização completa.
A Sra. Maristela Maffei: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Agradeço ao Vereador por me conceder o aparte. Nós tivemos o
exemplo concreto aqui em nosso País, primeiro eles colocaram Fernando Collor e
agora Fernando Henrique. É necessário dizer para a população do Estado e de
Porto Alegre quem é o bloco e os partidos que dão sustentação à permanência do
Presidente, porque ele está com sessenta e poucos por cento de desaprovação,
mas eles, em seguida, podem trocar por
outros para dar continuidade ao seu
Projeto que é devasto e que destrói a
população brasileira. Muito obrigada.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Esta é a situação em todos os Estados do País, com um crescente
desemprego. Alguns fazem um esforço tremendo como o nosso Estado, com projetos
de crescimento do emprego em nosso Estado, mas é uma fábrica de pobre, hoje
governado pelo Fundo Monetário Internacional. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn inscreve-se e cede
seu tempo ao Ver. João Bosco Vaz com a aquiescência dos demais inscritos, em
Grande Expediente.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
agradeço a gentileza do companheiro Isaac Ainhorn que cede seu tempo no Grande
Expediente, para que eu possa analisar um assunto que vem maltratando a
população brasileira. O povo brasileiro passa fome, não tem emprego, a todo
momento é desrespeitado, as leis não são cumpridas. E, agora, os aumentos constantes dos medicamentos, remédios
são mais um desrespeito à população
deste País.
Conversando
com minha assessoria - e entre meus assessores, tem um especializado na área da
saúde, que é o Márcio Souza - resolvemos fazer um levantamento sobre mais esta
agressão ao povo brasileiro, que é o aumento dos remédios a todo o momento. O
Governo, com certeza, perdeu o controle sobre esse setor, não há outra
explicação, não há aumento de salário, a saúde está um caos, está falida, mas
as grandes distribuidoras de medicamentos conseguem, a todo o momento, o
aumento que desejam, e o Governo não faz nada. O Governo, que está instalado,
está sendo omisso em relação a essa situação.
Conforme
acerto feito em fevereiro, foi aprovado um aumento para os medicamentos em três vezes: primeiro de
março, primeiro de abril e primeiro de maio, para repasse do ajuste das
matérias primas importantes. Até certo ponto, isso se justificava em função da
disparada do dólar.
Agora,
através de um novo acordo, que não se sabe de onde, a indústria farmacêutica e
a Secretaria de Acompanhamento de Preços do Ministério da Fazenda acabam
aprovando um novo aumento, também diluído em três vezes: primeiro de junho,
primeiro de julho e primeiro de agosto, para ajuste nos insumos nacionais,
como: embalagens, alumínio e combustível. É uma barbaridade! Aumento de
salário, nada.
Temos
exemplos de pessoas, já de certa idade, aposentadas, que ganham um ou dois
salários mínimos de aposentadoria, que vão na farmácia para saber o preço do
medicamento, e quando recebem a informação do preço, dizem no balcão da
farmácia que primeiro vão ao supermercado, ao açougue comprar os gêneros de
primeira necessidade, para depois ver se conseguem comprar o seu medicamento.
E
nós acabamos fazendo um levantamento importante para que possamos discutir essa
questão com maior profundidade. E fizemos um levantamento do aumento dos
preços, tendo como fonte o Guia da
Farmácia. E são os preços oficiais da indústria farmacêutica. Vejamos: 1º/12/98
- Adalat 10 mg, cápsulas, R$ 11,42, preço de 1º/06/99, ontem, aumento de
12.43%; Hipoglós, pomada, em 1º/12/98: R$ 13,80, ontem, dia 1º de junho, um
aumento de 39.76%; Neozine, comprimidos, em 1º/12/98: R$ 8,32, ontem, dia
1º/06/99, um aumento de 13.82%, foi para R$ 9,47; Cataflan: R$ 8,10 em
1º/12/98, R$ 9,55, agora, 17.90% de aumento; Pepsamar, 10 comprimidos, dia
1º/12/98: R$ 1,25, dia 1º/06/99 um aumento de 18,40%.
O
que é importante, Ver. João Dib, é que as farmácias não estão ganhando com isso
e passa essa idéia para a população. Na verdade, as farmácias apenas repassam o
preço do aumento da indústria farmacêutica. Esta comparação acima elaborada,
que são 20 produtos, mas que eu li cinco ou seis, são produtos essenciais para
população, e a população não está conseguindo comprar.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. João Bosco Vaz, uma coisa que deveria ser profundamente
estudada neste País é a indústria farmacêutica. É um exagero o que fazem em
matéria de remédios. Nós temos trinta ou quarenta mil produtos e resolveríamos
o problema com mil produtos e teríamos preços mais baixos. Tanto que hoje, os
médicos, preocupados com os altos valores dos medicamentos, estão pedindo que
sejam manipuladas as fórmulas para que, com os mesmos ingredientes, se compre
por vinte, trinta, quarenta por cento, às vezes, mais do que isso, a menos do
que o preço do medicamento industrializado. Precisamos estudar a indústria
farmacêutica, que é um exagero.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Quero cumprimentar o belíssimo, oportuno e adequado pronunciamento
de V. Exa. sobre esta questão importante, e dizer que este elemento essencial,
como os remédios, ao lado de outros, estão desmoralizando esta concepção da não
inflação. Há aquela expressão popular que diz: “Me engana que eu gosto”. É
exatamente isso, estão enganando o povo dizendo que este País não tem inflação.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Estes dados apresentados aqui, que têm
como fontes estas duas revistas, são oficiais da ABAFARMA - Associação
Brasileira do Atacado Farmacêutico, que refletem a variação dos preços de
alguns produtos apenas nesse período que me referi aqui: de 31 de dezembro de
1998 a 01 de junho de 1999. Não dá para suportar mais esta pressão em cima do
povo brasileiro, que já não tem emprego, que não tem comida, que não tem uma
série de coisas, que não pode mais adoecer, porque a saúde está um caos neste
País e a indústria farmacêutica está mandando na saúde.
Pensei
que o Ministério da Saúde mandasse, que o Governo Federal fizesse as regras,
mas, infelizmente, o que se vê é que a indústria farmacêutica manda e manda
muito neste País. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Tereza Franco solicita licença
para tratamento de saúde no dia de hoje.
(Obs.:
Foi aprovado Requerimento de licença Vera. Tereza Franco, e dada posse ao
Suplente, conforme consta da Ata.)
O
Ver. João Bosco Vaz cede seu tempo à Vera. Clênia Maranhão, que está com a
palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
neste tempo de oito minutos que disponho no Grande Expediente, eu vou dar
prosseguimento ao debate trazido pelo Ver. João Bosco Vaz sobre a questão dos
preços dos medicamentos.
Porém,
quero trazer a esta Casa a triste lembrança de que hoje faz setenta dias que a
OTAN está bombardeando o povo iugoslavo. São dez semanas de bombardeios; mais
de dois mil mortos; mais de seis mil pessoas civis feridas; dez milhões de
pessoas atingidas pela falta de água, luz e infra-estrutura. Há um mês, quando
trouxemos este tema, havia ainda na cabeça de muitos a dúvida de que, por trás
da decisão da OTAN, havia um interesse humanitário. Hoje, não é possível que
isso continue acontecendo.
Mas
quero trazer de volta a discussão sobre o preço dos medicamentos e a discussão
da responsabilidade sobre isso. Nós todos sabemos que há um aumento da
expectativa de vida no Brasil. A expectativa média de vida hoje é de 67 anos.
Nós temos, aproximadamente, treze milhões de pessoas com mais de 60 anos de
idade. E é exatamente nesta faixa etária onde o maior percentual da renda
dessas pessoas são usados para a área da saúde. São os idosos que têm que usar
os medicamentes permanentes e, portanto, são eles os maiores atingidos pelos
preços abusivos e pelos aumentos inexplicáveis dos produtos farmacêuticos.
É
importante resgatar esta questão, porque nós vemos os debates, as discussões,
as propostas de políticas para os idosos e, evidentemente, a questão do direito
à saúde do idoso é um tema fundamental de ser trazido no Ano Internacional do
Idoso.
Mas,
dentro desta questão da saúde, um dos grandes dramas que vive a parcela da
população idosa deste País e deste Estado, evidentemente que também de Porto
Alegre, é o fato de mesmo quando consegue uma vaga no Sistema Único de Saúde e
consegue ser atendido pelos profissionais da área da saúde, não tem condições
de comprar os medicamentos. Medicamentos que sofreram quatro reajustes nos
últimos meses e que ainda sofrerão dois novos reajustes. E nós sabemos quais as
justificativas que estão sendo colocadas para esses aumentos: o preço da
matéria-prima importada, o preço dos produtos internos. Mas é importante dizer
que por trás disso está uma enorme diminuição da produção de medicamentos de
laboratórios oficiais. A monopolização desses setores tem permitido um abuso de
preços e uma realidade onde se controla o preço do cigarro e não se controla o
preço do medicamento. É importante dizer que cada vez que aqui defendemos a
regulamentação de preços de medicamentos, o controle de preços de
medicamentos, recoloca-se o argumento
da liberdade de mercado; mas é importante que dentro dessa discussão se coloque
o direito do consumidor, comprador dos medicamentos, que são produtos essenciais à vida. Não estamos discutindo
aqui produtos supérfluos, estamos discutindo a possibilidade de uma melhor
qualidade de vida, estamos discutindo aqui um direito básico: o direito à
saúde.
Quero
prosseguir nesse debate colocando algumas ações concretas que podem ser
tomadas, que venham se contrapor aos aumentos inexplicáveis dos medicamentos
vendidos para a parcela da população que tem a possibilidade de comprar. Vemos
que uma parcela da população, que precisa de medicamentos - os hipertensos, os
diabéticos -, que são pessoas que dependem do uso de medicamentos
cotidianamente, não têm tido acesso porque há insuficiência de medicamentos nos
postos e locais onde deveriam ser distribuídos gratuitamente.
É,
portanto, necessário que, além da discussão nesta tribuna, possamos aprofundar
este debate para discutir a questão do monopólio do mercado e da necessidade
das câmaras setoriais que estão desativadas, que evidentemente são instrumentos
fundamentais na luta contra o aumento abusivo de preços dos medicamentos, a
imediata regulamentação da lei dos genéricos. Enquanto essa regulamentação não
acontece é importante dizer, a todos os contribuintes, a todos os usuários, a
todos os clientes do serviço de saúde que podem e devem exigir, no ato da
consulta, a inscrição dos nomes dos elementos químicos que compõem esse produto.
Esse é um instrumento que o consumidor pode usar na defesa dos seus direitos na
hora da compra. A solução desse problema não está apenas nas mãos do
consumidor, ela está nas mãos dos que fazem as leis e nas mãos dos executivos
responsáveis pelo cumprimento das leis.
No
Estado do Rio Grande do Sul, nós vimos, no governo passado, um enorme
crescimento da produção de alguns medicamentos básicos. Se discute, hoje, a
necessidade de os municípios produzirem alguns medicamentos que são básicos e
de consumo usual na vida de seus munícipes. Na direção da solução dessa
questão, é nossa preocupação de que temos que sair do debate para firmamos
ações concretas: enfrentamento à especulação e aumento abusivo dos preços dos
medicamentos; os quais discuti com a Comissão de Saúde, com a sua Presidente, a
Vera. Sônia Santos, e estamos constituindo, dentro da Comissão, um fórum que
deve reunir os representantes das farmácias, os usuários, os representantes dos
governos para apurarmos as responsabilidades e procurarmos caminhos para
minimizar o aumento dos preços dos medicamentos.
Essa
primeira reunião vai acontecer no próximo dia 15, às 14 horas e 30 minutos,
nesta Casa. É uma ação concreta para que grande parcela da população que vive
hoje o drama de não poder comprar o medicamento, é uma contribuição às mães que
vivem o desespero de levarem os seus filhos em unidades de saúde e não têm,
depois, como despachar suas receitas, que nós da Comissão de Saúde estamos
tomando essa medida. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, em
Grande Expediente.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, “a
saudade é a ponte que une o passado ao presente. Eu cada vez mais me orgulho de
ser filho desta Cidade, porque ela será o exemplo, e é o exemplo em todo o
nosso País, sobretudo numa época como esta de inquietações, de dúvidas e de
medos. Porque Porto Alegre ainda é uma Cidade que mesmo que se abra a caixa de
pandora de onde saem todos os males ela fica no fundo do seu coração com a
esperança, a grande esperança do seu futuro”.
Essas
palavras poderiam ser atuais, mas foram pronunciadas pelo Prefeito Loureiro da
Silva, pouco antes da sua morte ainda como Prefeito da nossa Capital. Recordo
aquela tarde de 03.06.1964, há trinta e cinco anos, quando a notícia desabou
sobre a Cidade abalando o coração do povo, Loureiro morria! Forte, risonho, cheio de confiança e
disposição cívica ele caminhava pelo Centro vindo do seu retiro ameno, em Tapes
para de novo entregar-se às agruras da vida pública, foi quando a morte o
fulminou em poucos segundos, como a dizer: “chega Loureiro, já deste muito”.
Ele morreu como as árvores fortes costumam morrer. De pé. Tombou de pé, porque
até o momento de sua morte continuava o mesmo homem, ativo e dinâmico que
sempre víamos à frente dos interesses do povo. Batalhando para defender o
pequeno, colocando acima das cores Partidárias o direito de cada um e os
anseios do Município. Ele morreu no momento em que todo o Rio Grande muito
esperava dele. Ele seria Secretário da Fazenda Estadual.
Loureiro
da Silva foi um momento singular e de marcante importância na vida de Porto
Alegre, a ela dedicou toda a sua existência, consagrando-lhe os momentos mais
preciosos da melhor quadra de uma vida pública, toda marcada pelo ideal de bem
servir. Difícil seria precisar a virtude característica de Loureiro. No
entanto, a par da sinceridade de seus propósitos, da autenticidade de suas
posições, e da fé inabalável que tinha em seus princípios, a lealdade era o
traço marcante do seu caráter e da sua personalidade. Era leal aos seus
princípios, aos seus amigos, aos seus colaboradores, e até aos seus adversários
e inimigos, se os tivesse.
Como
era leal, não acreditava na deslealdade alheia, razão porque teve muitas
decepções. Era destemido, nada temia. Sempre imbuído de sinceridade de
propósitos lutava com todas as forças a fim de que triunfasse a sua vontade,
mesmo que a vitória lhe causasse o desgaste político.
Enfrentava
a oposição com a disposição de vencer, e vencia, principalmente nesta Casa,
onde sempre teve a minoria a apoiar a sua Administração. São suas as expressões
que se seguem: “Eu faço versos na pedra, construindo o poema de uma cidade
nova. As cidades são como as criaturas: nascem, amam e sofrem. Esta cidade que eu
amo tanto. Sou desta cidade, aqui nasci, aqui tenho vivido, aqui tenho sofrido
e lutado. Posso dar-lhe a vida em holocausto. Sendo filho de Porto Alegre,
sinto as suas aspirações e procurarei servir minha cidade sem medir
sacrifícios”.
Inimigo
da improvisação e do trabalho individualista, lançou o Plano Diretor de
Desenvolvimento da Cidade, até hoje servindo de modelo para os seus sucessores.
Criou também o Conselho do Plano Diretor da Cidade de Porto Alegre, constituído
por elementos do comércio, da indústria, de órgãos do Poder Público, de
entidades particulares, de técnicos, verdadeiro grêmio democrático de
assessoramento do Governo Municipal. Hoje, o Conselho do Plano Diretor funciona
nos mesmos moldes.
É
oportuno lembrar a figura extraordinária de Loureiro da Silva, porque amanhã
completam-se trinta e cinco anos da sua
morte, ele que sempre teve preocupação com o Plano Diretor, tanto que no seu
primeiro governo chamou o Arquiteto Gladosch para que fizesse um Plano Diretor
para a Cidade. Terminou sendo apenas um plano viário, mas que serviu de base
para que, depois, o Plano Diretor fosse implantado e teve a sorte de, em 1961,
assinar o Primeiro Plano Diretor da Cidade,
que depois seria substituído, na Administração Vilella, pelo atual Plano
e que agora, nós Vereadores estamos estudando um novo Plano Diretor. Espero que
todos tenhamos a mesma sinceridade e propósito, a mesma preocupação de resolver
os problemas da Cidade, como Loureiro da Silva teve. Mas em 1940, saudando o
Presidente Vargas, ele afirmava: “Não tenho mérito isolado destas realizações
de vulto; mas sobra-me a convicção de que com uma admirável equipe de técnicos,
se possa fazer uma cidade digna do seu passado. Quis o destino, na sua torrente
imprevisível, após duzentos anos, que o neto governasse a velha estância
do avô ancestral.”
Falando
de Loureiro, o Dr. Coelho de Souza disse: “Foi o bacharel menos bacharelesco
que conheci”. Na realidade, Loureiro foi mais técnico do que jurista. Hoje nós
relembramos o entusiasmo e carinho com que acompanhava as obras. Loureiro foi
um bacharel engenheiro.
“A
melhor homenagem que todos os gaúchos podem prestar a Loureiro é seguir o
exemplo de sua vida; que foi estar pronto, em qualquer emergência, ao serviço
impessoal da coletividade.” Estas são palavras de Egydio Michaelsen.
E
para registrar os trinta e cinco anos da morte de Loureiro da Silva, aquele que
eu classifico como o maior Prefeito que esta Cidade teve, e que o Jornalista
Celito De Grandi está escrevendo um livro sobre a sua vida, e que deve ter o
título de “Loureiro Prefeito do Século”.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Quero cumprimentar V. Exa. em nome do PDT, do trabalhismo - pois
que Loureiro da Silva, o Velho Charrua foi um trabalhista - e me somar às
palavras de V. Exa. pela oportunidade de saudar uma das grandes figuras da
política gaúcha, porto-alegrense e
brasileira.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato Ver. Elói Guimarães. Amanhã às
dez horas nós estaremos aqui no Monumento erigido em sua honra, amigos seus levando uma corbelha de flores.
Mas
para registrar perfeitamente os trinta e cinco anos do seu falecimento, eu
quero entregar, Sr. Presidente ao Memorial da Câmara Municipal, alguns
documentos do arquivo de Loureiro da Silva,
que me foram generosamente entregue por uma neta sua. Eu tenho aqui em
mãos o seu Diploma de Prefeito Municipal eleito num embate duríssimo, contra
outra pessoa, extremamente correta, que é Wilson Vargas da Silveira, que
Loureiro da Silva venceu, fazendo o total de noventa e cinco mil, quinhentos e
vinte e sete votos. Esse, então, também
quero entregar ao memorial da Câmara Municipal.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, acho que
outra grande homenagem que a municipalidade poderia fazer a um homem que passou
pela Prefeitura é tirar a pichação, da qual foi vítima, o busto de Loureiro da
Silva. Eu já fiz esse pedido ao Ver. Gerson Almeida, que é o Secretário da
SMAM, responsável por essa questão, porque, infelizmente, nós temos esse
monumento e outros pichados. Eu acho uma boa homenagem seria, também, tirar
essa pichação.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato a V. Exa., pelo aparte e devo dizer que o Ver. Gerson
Almeida, Secretário do Meio Ambiente, já no passado, e também sendo Secretário
do Meio Ambiente hoje, quis retirar aquela pichação absolutamente criminosa e
que somente o tempo vai fazer com que saia. Mas, de qualquer forma, fico contente com a preocupação de V. Exa.,
com a figura desse extraordinário homem que foi o maior Prefeito que Porto
Alegre teve.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, agradecendo o aparte, que é para dizer a V. Exa., em
nome da nossa Bancada, que queremos cumprimentar V. Exa. pela lembrança. É uma
figura pública importante de nossa Cidade e, inclusive, queremos
cumprimentá-lo, também, por esse ato de passar ao Memorial da Câmara documentos
do nosso ex-Prefeito. Isso registra a nossa história e, quem conhece a
história, acho que anda melhor para o futuro.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato a V. Exa.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, uma vez que V. Exa. está homenageando um dos maiores
trabalhistas que nós temos na História e, já que suas palavras são tão sábias
na homenagem a esse trabalhista, eu gostaria que as suas palavras fossem,
também, as palavras do meu Partido, o PTB.
O SR. JOÃO DIB: Ver. Luiz Braz, V. Exa. honra-me com o
seu aparte, porque, sem dúvida nenhuma, Loureiro da Silva foi um trabalhista,
ainda que, injustiçado pelo trabalhismo, mas sempre, absolutamente, coerente,
fiel às suas idéias e aos seus anseios de bem-servir a coletividade, o que ele
soube fazer com muita competência.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu só queria acrescentar e ressaltar o seu bom gosto, o seu cuidado
com as coisas de José loureiro da Silva e o seu cuidado com a cultura, porque
isso, os nossos netos, um dia, vão folhear esses documentos. E, mais do que
isso, a comprovação, com tantos administradores que Porto Alegre teve,
parece-me que a administração da Cidade de Porto Alegre não começou há apenas
dez anos.
O SR. JOÃO DIB: Agradeço a V. Exa. Como eu dizia, o
Memorial da Câmara Municipal há de receber todo esse material, e vai poder
conhecer um pouco da história de Loureiro da Silva e também um pouco da
história da política gaúcha. Nós temos aqui a correspondência de Loureiro da
Silva para Fernando Ferrari; de Loureiro da Silva para José Alexandre Záchia,
pai do nosso querido Ver. Fernando Záchia; de Loureiro da Silva para Érico
Veríssimo; de Érico Veríssimo para Loureiro da Silva; carta de próprio punho de
Osvaldo Aranha para Loureiro da Silva; um programa de governo, se ele fosse
candidato, e uma série de recortes de jornal que poderão enriquecer o Memorial
da Câmara Municipal.
Eu
vou ler um pequeno trecho da carta de Loureiro da Silva, respondendo à saudação
que lhe fazia Érico Veríssimo pela sua eleição como Prefeito. Dizia Loureiro:
(Lê.) “Não sou, como sabes, um moralista, um puritano, mas a nossa geração
sempre respeitou alguns princípios de honorabilidade, de decência, de
solidariedade, de indulgência, de bondade mesmo, com os quais se aceitam
serenamente as derrotas, e sem os quais a vitória é efêmera, perdendo o seu
objetivo e o seu conteúdo”.
Esse
era Loureiro da Silva, homem imensamente culto, brilhante, mas que, sobretudo,
amava profundamente esta Cidade. Em falando de amor a esta Cidade, eu quero
encerrar com as palavras de Nilo Ruschel em relação ao Prefeito maior que nós
tivemos. Dizia Nilo Ruschel: “Se esta Cidade foi amada com amor-paixão, foi
Loureiro da Silva seu amante”. Saúde e
paz! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra, em Grande Expediente.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, como fiz
um discurso escrito e o tempo não me permite, gostaria de avisar que não
concederei aparte. (Lê.)
"Graças
ao bom Deus, esta Casa vem sendo, com bastante freqüência, palco de ações que a
elevam e dignificam, na medida em que reafirmam sua fidelidade à lei, à ordem e
à moral, assim como aos valores primeiros da sociedade, todos convergentes para
seu objetivo final, que é a realização do bem comum.
Homenageamos
há pouco o CLJ, movimento da Igreja voltado para a juventude, e realizamos, no
último dia 13, um Seminário em defesa dos valores da família, demonstrando
nossa grande preocupação atual em relação ao futuro da família, tão ameaçada
pela constante presença de antivalores ou de desvalores na sociedade.
Lamentavelmente,
o Governo Municipal e o Governo do Estado não têm a mesma preocupação desta Casa. Ao contrário, demonstram agir em
sentido contrário, nesse aspecto particular, de tamanha relevância para o
futuro de nossa sociedade.
Foi
por isso que, desta tribuna, tive que denunciar o apoio explícito dado pela
Secretária da Cultura a eventos cuja realização é contrária a importantes
valores da família e da sociedade. Apoio dado abertamente, de início, com o
dinheiro do povo. Com o mesmo dinheiro que havia sido negado para a realização
da EXPOLIVRO, por falta de verba, mas que não faltou para a festa de sorteio de
um “bofe” em bar da Cidade. Ao se ver flagrado, o governo municipal vem a
público dizer que o símbolo do Município saiu impresso por equívoco. ‘Me
engana, que eu gosto!’
Foi
a primeira vez que o PT foi, realmente, transparente. E agora quer voltar atrás
e negar o apoio dado.
A
imprensa noticiou ontem que a Casa de Cultura Mário Quintana - que tanto nos
orgulha - está fazendo algo semelhante ao seminário sobre erotismo e
pornografia, já na próxima semana.
Como
se pode, claramente, perceber, não se trata de um fato isolado, mas de um
projeto político, de cunho pseudocultural, que visa ao afrouxamento dos
costumes, à derrubada dos valores familiares e à maleabilidade social, com
sério risco para a democracia.
Lembro
aqui as palavras de Sua Santidade, o Papa, na Encíclica Centesimus Annus:
“Democracia sem valores facilmente se converte em totalitarismo declarado ou
dissimulado.”
E
se alguém pensar que isso é um exagero, gostaria de lembrar alguns pontos. O
Prefeito Municipal está freqüentemente desrespeitando leis municipais das quais
discorda, sob o argumento de que estão erradas, sem reconhecer que a lei é
feita para ser cumprida. Se houver discordância, há o caminho da própria lei
para se dirimirem as dúvidas. A esse respeito, inclusive, está sendo alvo de
várias demandas judiciais. O Governo do Estado também já mostrou a sua cara. E
não só desrespeita contratos, como também a lei, criando organismos paralelos,
ao arrepio da lei, para cumprir funções que a lei já previra. Todos entendem,
certamente, que me refiro ao Orçamento Participativo. Mas um outro sintoma, bem
pior, começou a tomar conta das páginas dos jornais. Trata-se das equipes de
‘Assessores’ do Secretário da Segurança do Estado, que estão fazendo visitas
aos órgãos policiais, com missão não bem esclarecida, mas nitidamente não
aceita pelos órgãos visitados.
O
constrangimento pelas visitas e as ameaças do Secretário da Segurança, para
aqueles que não quiserem responder aos questionamentos dos assessores, revela
uma postura muito assemelhada à de organismos só existentes em países
extremistas e totalitários, ainda assim, sedizentes democráticos. Detalhes
maiores serão, certamente, esclarecidos pelo Ver. Pedro Américo Leal. Qualquer
semelhança com a GESTAPO nazista não é mera coincidência. A inversão da
hierarquia, a prepotência e a orientação são exatamente as mesmas. Esse é o
Governo do PT!” Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Ver. Adeli Sell, junto ao
Ver. João Dib, e à Assessoria da Casa, que recebessem, em nome da Mesa
Diretora, esse rico material que o Vereador, na sua intervenção, coloca à
disposição do Memorial da Casa relacionado ao ex-Prefeito Loureiro da Silva.
Solicito às Lideranças, inclusive de todos os Partidos, que participem deste
momento em que o Memorial recebe, das mãos do Ver. João Dib, esse rico material
que ficará na história desta Casa e desta Cidade. Obrigado, Ver. João Dib.
O
Ver. João Motta está com a palavra, em Grande Expediente.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ouvimos
aqui a fala do Ver. João Nedel que, se fosse traduzida numa simbologia, diria
que é o “Inferno”, de Dante.
Parece
que temos aqui em Porto Alegre uma Cidade pecaminosa, que precisa ser
purificada pelas mãos dos céus para que retome o seu verdadeiro papel perante o
mundo e Nosso Senhor Jesus Cristo.
Eu
faço esta ironia em respeito ao Ver. João Carlos Nedel, que teve a coragem de
assumir aqui, claramente, as suas opiniões e as suas posições.
Agora,
é evidente que, se abolirmos da arte, Ver. João Carlos Nedel, tanto do cinema
como qualquer outra, o sentido da liberdade humana, vamos aniquilar a produção
do artista.
Se
há autoritarismo ou totalitarismo, eu o devolvo a V. Exa., quer dizer, V. Exa.
que quer, na verdade, censurar o artista. Ao contrário, o Poder Público tem a
obrigação de propiciar a multiplicidade e a riqueza da criação humana que são
infinitas. Portanto, não caberia ao Poder Público estar, antecipadamente,
“carimbando” - como fazia a censura na época da ditadura militar -, qual é a
obra que deve ser oferecida ao cidadão. Parece que o pronunciamento de V. Exa.
possui, dentro de si, essa contradição, o que torna o seu discurso, por
natureza, antidemocrático.
Na
verdade, eu tinha intenção de falar sobre outro assunto, fiz aqui apenas um
parêntese.
O
que eu gostaria de fazer, já que o tempo é curto, é um breve registro a
respeito de uma iniciativa que teremos aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do
Sul, nos próximos dias 16, 17 e 18, um seminário internacional sobre ciência e
tecnologia.
Na
verdade, está sendo divulgado aqui, na Câmara, o seminário “Encontro
Internacional Ciência e Tecnologia para
o Século XXI, o Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Brasil e do
MERCOSUL”, com a presença de vários painelistas da América Latina e da Europa,
que discorrerão sobre vários temas, como: Tecnologia, Inovação Tecnológica,
Desenvolvimento Industrial e Agrícola do Brasil e do MERCOSUL; Para a Construção de uma Política de Ciência
e Tecnologia para o Brasil e o MERCOSUL; e no último dia - 18 de junho -, com a
presença de um conhecido nosso, cientista brasileiro de renome, Pinguelli da
Rosa: O Desenvolvimento para o Século XXI, ou seja, o problema
científico-tecnológico e a questão social.
Na
verdade, esse evento está na esteira de uma movimentação que um fórum nacional
de Secretários de Ciência e Tecnologia estão articulando em nível nacional e
que tem, como uma das suas iniciativas, essa nota, que foi divulgada amplamente
nos estados.
Eu
tive a oportunidade de participar, aqui em Porto Alegre, da realização, em
nível regional, dessa reunião do Encontro Estadual de Ciência e Tecnologia, em
que esse documento foi debatido. Esse documento contém uma posição do Fórum
Nacional dos Secretários de Ciência e Tecnologia a respeito de um conjunto de
medidas, Ver. Sebenelo, que o nosso secretário, mas seu colega de partido, que
hoje está à testa do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ministro Bresser
Pereira, está propondo para essa área: remeter para os estados um conjunto de
responsabilidades que eram do Ministério e que, segundo o Ministro, deverão
passar, agora, para as secretarias e as FAPs, instituições de fomentos
regionais - no Rio Grande do Sul, a FAPERS. Só que o Sr. Ministro, mais uma
vez, delega os serviços e a responsabilidade, mas sobre as verbas ele não fala
nada. Ver. Pedro Américo Leal, alguém tem dúvida sobre onde é que vai ocorrer o
estouro? Vai ocorrer o estouro na pesquisa, em todas as instituições de fomento
de nível regional, que, a duras penas, estão tentando manter viáveis todos os
projetos de pesquisa para a produção de novas tecnologias.
Nesse
documento, o Fórum de Secretários posiciona-se contrário aos repasses de encargos
e responsabilidades, entendendo que os estados e as fundações não têm como
suportar tais condições e estão, portanto, em nível nacional, realizando
plenárias, movimentos, envolvendo as universidades para que seja rediscutida
essa decisão do Sr. Bresser Pereira,
Ministro de Ciências e Tecnologia.
Portanto,
na verdade, esse Seminário que está sendo feito aqui no Rio Grande do Sul tem
por finalidade manter vivo este debate. Porque se, na verdade, tudo no Brasil
está submetido ao chamado controle dos gastos, achamos que o prejuízo que a
economia brasileira vai ter nesta área é, praticamente, o aniquilamento de todo
nível de pesquisa que poderemos estar produzindo no Brasil para se garantir um
processo de desenvolvimento auto-sustentável e fundado em novas pesquisas
alternativas àquelas que o grande capital oferece ao Brasil. Nós estamos
soterrando tudo isso.
E,
lamentavelmente, Ver. Pedro Américo Leal, tudo isto acontece no momento que
estamos recebendo, pela grande imprensa, a notícia de que o Governo está
liberando os transgênicos. Ou seja, a Monsanto, que é uma grande empresa, um
monopólio na produção de sementes e herbicidas, deve estar comemorando, porque,
de uma parte nós temos a decisão do
Ministro, que barra todo e qualquer tipo de pesquisa em termos de novas
tecnologias, por exemplo, a pesquisa no fomento de sementes que sejam
resistentes não só a intempéries, mas a pragas, doenças, etc., e de outra parte
temos, agora, para ajudar, mais uma “mãozinha” do nosso Governo, que é a pá de
cal, liberando o mercado e a economia brasileira para a produção dos
transgênicos.
Parece
que a Monsanto tem motivos demais para comemorar, na minha opinião, esta dupla
vitória: primeiro, a decisão do Ministro; e, agora, a decisão do Governo Federal.
Parece
que teve apenas um lampejo de lucidez, o Governo, quando, mesmo pressionado pela Monsanto, não abriu mão de rotular
o produto, fazendo com que o consumidor saiba se está ou não consumindo um
produto alterado geneticamente. Era isto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar a presença, nas
galerias, do Diretor do Sindicato dos Bancários, o Sr. Ademir Wiedecker.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Desiste.
Apregoamos
o PLL nº 066/99, Proc. nº 1724/99, de autoria da Vera. Clênia Maranhão.
Passamos
ao período de
(05 oradores/05 minutos/com apartes)
1ª SESSÃO
PROC.
2354/97 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 135/97, de autoria do Ver. Cyro Martini, que
denomina Rua Alberto Moraes um logradouro público localizado no Bairro Belém
Novo.
PROC.
1491/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 044/99, de autoria do Ver. Gilberto Batista, que
institui a Semana de Prevenção à Hepatite no Município de Porto Alegre e dá
outras providências.
PROC.
1595/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 053/99, de autoria do Ver. José Valdir, que
denomina Rua Amabile Samarani Ferreira um logradouro irregular localizado no
Bairro Aberta dos Morros.
PROC.
1655/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 057/99, de autoria do Ver. Antônio Losada, que
denomina Praça Marcos Machado um logradouro público localizado no Bairro
Farrapos.
2ª SESSÃO
PROC.
1521/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/99, de autoria do Ver. João Motta, que
denomina Rua Onevio Lopes um logradouro irregular localizado no Bairro Sarandi.
PROC.
1558/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 049/99, de autoria do Ver. João Motta, que
oficializa, como evento do Município de Porto Alegre, a Corrida pela Vida.
PROC.
1561/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 023/99, de autoria do Ver. Cyro Martini, que dispõe sobre promoções
educativas a serem desenvolvidas pela Câmara Municipal na Semana Nacional de
Trânsito e dá outras providências.
PROC.
1608/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 025/99, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede a “Comenda
Ayrton Senna da Silva” aos pilotos Claudio Barreto Ricci; Waldir Buneder;
Ulysses Bertholdo Filho; Carlos Alberto Braga da Silva; Paulo Roberto Hoerlle;
Antônio Miguel Fornari; Jayme Carlos
Rossler e Paulo André Nervo Raffin.
3ª SESSÃO
PROC.
0269/99 – SUBSTITUTIVO Nº 01, que
autoriza o Poder Executivo do Município a criar o Conselho Municipal do Idoso e
dá outras providências, ao PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 001/99, ambos de autoria do Ver. Cyro
Martini.
PROC.
1395/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/99, de autoria do Ver. Antônio Losada, que
dispõe sobre a utilização de material para confecção de urnas funerárias.
PROC.
1544/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 047/99, de autoria do Ver. Renato Guimarães, que
altera o art. 1º da Lei nº 6998/92, que estende os benefícios do instituto da
passagem escolar nos serviços de transporte coletivo explorados, concedidos ou
permitidos no Município de Porto Alegre. Com
Emenda nº 01.
PROC.
1580/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 024/98, de autoria do Ver. Cyro Martini, que concede o título
honorífico de Líder Esportivo aos Senhores José Iran da Cunha Sant’Anna e Marco
Antônio da Cunha Sant’Anna.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
Pauta do dia de hoje, em 1ª Sessão, há quatro projetos de lei. Um, de autoria
do Ver. Gilberto Batista, que deseja criar uma Semana de Prevenção à Hepatite
no Município de Porto Alegre. Não sei a que objetivo vamos chegar, mas, de
qualquer forma, tem que haver uma preocupação para que não haja mais hepatite.
Há
três projetos que denominam ruas do Ver. Cyro Martini, que homenageia Alberto
Moraes; do Ver. José Valdir, que homenageia Amabili Samarani Ferreira, pessoa
que eu conheci; e do Ver. Antônio Losada, que homenageia Marcos Machado. As
três homenagem são justas.
Mas
eu fico preocupado, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quando a Casa denomina
ruas e a Prefeitura, que tem o dever e a obrigação legal de colocar as placas, não o faz.
Quando
o Sr. Tarso Genro estava na Prefeitura, em 1995, eu sugeri um Projeto de Lei,
que foi aprovado, seria noventa e cinco anos da denominação dos logradouros
públicos. E para que isso fosse possível, coloquei uma verba no orçamento, e o
Prefeito aprovou, tanto o Projeto de Lei como a verba orçamentária. Mas as
placas não foram colocadas.
Então,
nós estamos denominando três ruas, que, provavelmente, hoje chamam-se Rua A,
Rua Um, Rua Cinco. A população coloca em um pedaço de madeira: Rua A, Rua B,
Rua Cinco. Mas quando denominamos as ruas, a Prefeitura não coloca as placas. E no momento em que estamos denominando mais três ruas, é bom
lembrar ao Executivo Municipal a
necessidade premente, urgente, de colocar placas nas ruas da Cidade. Essas
placas podem ser colocadas com
publicidade, podem ser feita da melhor
maneira possível que o Executivo encontrar, e se precisar de apoio Legislativo
vai ter. No passado era absolutamente
claro, e continua tendo validade a Lei
nº 383, que era o antigo Código de Postura, onde diz que a Prefeitura
coloca as placas. Está valendo a indicação. E o próprio Código de Obras diz a
mesma coisa, mas a Prefeitura não coloca as placas.
O
Sr. Antônio Losada: V.
Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho a sua preocupação
muito justa, inclusive com a numeração nas ruas, que existe uma dificuldade muito grande por parte da
população em identificar, e os carteiros
em fazer as entregas. Agora,
quando dos nossos projetos aprovados aqui na Casa, nós providenciamos as placas e promovemos um ato comemorativo junto com a
comunidade, num esforço grande, sem dúvida.
O SR. JOÃO DIB: Eu cumprimento o Ver. Antônio Losada
pela diligência. Eu também, quando
denomino as ruas, consigo as placas. Mas, na verdade, de repente nós
denominamos uma rua com um quilômetro de extensão, e colocamos duas placas, não
mais do que isso. Então, nós precisávamos que várias esquinas da Cidade
tivessem placas. E V. Exa. coloca muito bem, porque a numeração das casas
deveria ser mais vistosa, à noite, fica muito difícil ler a numeração das
casas, ou até durante o dia, pela colocação que estão. A Prefeitura, que gasta
tanto em publicidade, poderia gastar um pouco desse dinheiro numa publicidade
extraordinária: denominar todas as ruas que estão precisando de placas e
melhorar a numeração. Antigamente, no momento da vistoria, a SMOV entregava o
número do prédio vistoriado, e hoje não
faz mais.
De
qualquer forma, cumprimento os Srs. Vereadores pela preocupação, que é
necessária, de denominar logradouros, para que não fiquem Rua A, Rua Três, Rua
Cinco, ou Rua B, repetidas em vários bairros da Cidade. Saúde e paz! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, minha fala se prenderá ao Projeto de autoria
do Ver. Cyro Martini, que dispõe sobre promoções educativas a serem
desenvolvidas pela Câmara Municipal na Semana Nacional de Trânsito, e dá outras
providências. Trata-se de uma iniciativa extremamente boa, porque nessa área,
fundamentalmente nesse setor da vida, da cidade e das pessoas, o melhor
investimento, o mais econômico e eficiente, é, indiscutivelmente, a educação, a
educação para o trânsito.
E
como esta se dá? De diversas maneiras: através de simpósio, de reuniões, de
debates. E o Ver. Cyro Martini propõe que a Câmara se envolva com o Dia
Nacional de Trânsito, no dia 25 de setembro, preferencialmente, que faça uma
série de atos, reuniões e debates em torno desta questão importante que é o
trânsito. Eu devo fazer uma emenda ao referido Projeto, incluindo as Comissões
Permanentes em lugar das Lideranças, como comenta o Vereador. E incluir-se as
Comissões Permanentes, por me parecer uma relação mais apropriada, dado que
essas Comissões integram os organismos permanentes, orgânicos e institucionais
da Casa. Mas o mérito do Projeto merece
ser destacado, principalmente quanto ao alto custo, econômico e humano, que o
trânsito faz à sociedade. O trânsito agride o sentimento das pessoas e
tornou-se em nosso País, infelizmente, uma das piores chagas, tirando do
convívio da sociedade milhares de pessoas. E há o custo econômico de todo o
conjunto de serviços que se faz para dar cobro às lesões que o trânsito causa
às pessoas.
Então,
temos que educar, e o Projeto, nesse sentido, propõe reuniões, simpósios,
debates, troca de idéias acerca dessa questão que interessa diretamente à nossa
população por tudo que representa, até na sua qualidade de vida. Á medida que
educarmos a nossa população, também teremos qualidade de vida, porque as
pessoas passarão a respeitar o seu semelhante e não reproduzirão no trânsito um
processo que chamaria de concentração dos ímpetos pessoais, fazendo com que
preços incomensuráveis sejam pagos, que é a própria vida. Este Projeto haverá
de merecer a aprovação, porque chama a atenção para um dos problemas
seriíssimos que é a segurança das pessoas no trânsito, o trânsito que vitima as
pessoas a toda a hora e faz com que a Cidade se torne mais ou menos violenta.
Se a educação chegar nesta relação
humana, acredito que nós teremos dado grande contribuição à qualidade de
vida e à segurança das pessoas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Apregoamos o Ofício nº 301/99, Proc. nº
1850/99. (Lê.) A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para discutir.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero fazer um breve comentário a respeito
de um Projeto que, talvez, seja um Projeto que gere um pouco de polêmica na
Casa: é o Projeto de autoria do Ver. Gilberto Batista que institui a Semana de
Prevenção da Hepatite no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Quando
li a proposta do Vereador, fiz questão de estudar um pouco mais esse Projeto
para ter uma opinião quanto a se
realmente é necessário - tendo em vista que há uma série de doenças que assolam
a sociedade - fazermos uma semana especial dedicada à prevenção da hepatite.
Lendo a Justificativa, o conteúdo do Projeto, os anexos colocados pelo
Vereador, chamou-me a atenção, e acho que é importante a discussão que deverá
ser travada nesta Casa, porque ela trará a
realidade dessa doença que, por ser recente, ainda não está formada na
sociedade uma consciência sobre a sua gravidade. A hepatite crônica é doença
silenciosa e, portanto, não se consegue detectar precocemente, a não ser
através de exames, fazendo com que grande parcela da população a tenha, sem ter
os cuidados necessários à sua saúde. Hoje foi um dia em que discutimos, através
do Grande Expediente, o tema da saúde e dos preços dos medicamentos. O
tratamento dessa doença é extremamente caro, portanto, além da questão da saúde
da pessoa portadora de deficiência do fígado, que se abate por causa da hepatite,
ela tem também uma extrema dificuldade de fazer o tratamento, porque grande
parte da população não tem recursos necessários.
O
Projeto do Vereador para a criação de uma semana de prevenção à hepatite, assim
como outras iniciativas que são tomadas em relação à obesidade, à hipertensão,
à diabete em adultos e crianças, é para propiciar um maior conhecimento da população com relação a ela.
Aqui
na Câmara, essa iniciativa vai permitir que a própria Casa possa trabalhar
melhor sobre esse tema. Nós sabemos que a sociedade se organiza através de uma
Entidade que tem-se pronunciado na sociedade, a Entidade das Pessoas Portadoras
de Hepatite Crônica, que tem, seguindo essa mesma linha do Vereador, criado
debates e fatos, que fazem com que a sociedade comece a estabelecer
comportamento com maiores cuidados com relação a essa doença.
O Sr. Antônio Losada: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Reforçando a intervenção da Vera. Clênia Maranhão, há medicamentos
para tratamento de Hepatite C que são importados com grande custo, efetivamente
são caríssimos. Esse Projeto visa a aprofundar uma discussão e levar o
conhecimento à sociedade sobre a problemática daquelas pessoas que são vítimas
das Hepatites B e C. Esse Projeto é muito importante, porque aprofunda o
conhecimento da sociedade e os recursos para o tratamento dessas enfermidades.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada, Vereador. É exatamente
reforçando a discussão que estamos fazendo aqui. Gostaria de parabenizar o
Vereador que trouxe um tema que ainda é pouco conhecido da sociedade, sobre uma
doença extremamente grave e que precisa ser do conhecimento de todos. Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em 1ª
Sessão tem ingresso nesta Casa proposta nossa que trata de redenominação de uma
rua no bairro Belém Novo, que receberá, se aprovada a nossa proposta, o nome de
Alberto Moraes.
O
nome, para quem não o conheceu, não significa nada. Entretanto, para os que o
conheceram perambulando pelas ruas de Belém Novo, lutando pelos interesses da
comunidade, especialmente da área do Xavante, naquele bairro, sabem o que ele
significou para a melhoria das
condições de vida daquela região do extremo Sul de Porto Alegre.
Alberto
Moraes foi um dos que deu início àquele que é o critério utilizado pela
Administração Popular em Porto Alegre para a priorização e hierarquização das
providências a serem adotadas pela Prefeitura. Quem o conheceu sabe quão
importante foi o trabalho dele em Belém Novo nesse sentido. Alberto Moraes,
esse nome vindo lá das camadas humildes, na beira do Copacabana, em Belém Novo,
através das exigências comunitárias, das necessidades dos pleitos da sua comunidade,
se empenhou, lá se embrenhou, profundamente, na atividade do Orçamento
Participativo. Conquistou, com isso, obras e mais obras no Arado Velho, no
Xavante, na região perto do Copacabana, e, de resto, para a Vila, para o
Veludo, e para outras partes de Belém Novo. Esse é um exemplo - não sei se é o
primeiro - que significa o Orçamento Participativo, através do seu empenho, a
receber uma homenagem com a denominação em um logradouro da nossa Cidade, mais
exatamente daquela própria região.
É
uma homenagem que não nasce da minha vontade, que não nasce da vontade do
Partido dos Trabalhadores: nasceu da vontade daqueles que o conheceram andando
pelas ruas de Belém Novo, lutando pelos interesses comunitários. Foram eles que
exigiram, que pediram que uma rua do Xavante recebesse o nome de Alberto
Moraes. Ele fazia parte, no que tange aos meus laços familiares, daquele grupo
que se reunia, constantemente, no antigo Bar Copacabana, de Belém Novo. Aquele
Copacabana que se subsumiu nas obras que trouxeram um progresso enorme para
aquela região, mas que acabaram prejudicando a região com as obras de captação
da água do DMAE.
Não
poderíamos deixar passar em branco, sem registrar, pois acredito que seja o primeiro representante
do Orçamento Participativo cuja comunidade exigiu que fosse homenageado com
nome de rua. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, discuto
o Projeto de Resolução nº 023, de autoria do Ver. Cyro Martini, que propõe
atividades de debates nesta Casa sobre a questão do trânsito. Acredito que esse
debate é extremamente importante e oportuno - como diria um Vereador
fanaticamente deísta, desta Casa, nesta Sodoma tão comprometida com os prazeres
da carne e tão distante de Deus.
Esse
debate é extremamente importante, porque não só em Porto Alegre, mas em todas
as grandes cidades do Brasil e do mundo, nós estamos vivendo o drama do
trânsito que hoje, seguramente, é uma das maiores causas de morte ou de todos
os tipos de prejuízos às pessoas.
Essa
questão, de um lado, está ligada com a brutal contradição que vivemos, do
avanço da tecnologia, fundado no lucro, no consumo, que não leva em conta o ser
humano e que joga a população das grandes cidades nesta contradição terrível de
vivermos com uma tecnologia avançadíssima e, ao mesmo tempo, termos que nos
submeter a um trânsito que, em determinados horários, é mais lento do que o
trânsito do século passado, quando se dava através de veículos de tração animal
e, ao mesmo tempo, porque há um descumprimento das regras de trânsito.
Esse
debate é extremamente oportuno, no momento em que está em discussão a questão
dos “azuizinhos” em Porto Alegre. Estamos vendo, neste debate, uma distorção
total, porque a questão central é que quem está reclamando da tal de fúria dos
“azuizinhos” são aqueles que descumprem a legislação. Até hoje não vi ninguém
apresentar uma prova sequer, por exemplo: “Nós estamos contra a atuação dos
‘azuizinhos’ porque houve injustiça nesse caso aqui, não foi cometida essa
infração e foi injustamente aplicada uma multa.” Não é isso que está
acontecendo. Está-se denunciando o rigor no zelo da aplicação da lei. Existe
uma placa de sinalização proibindo estacionar, alguém estaciona o veículo, desobedece totalmente e se critica aquele
que tem que aplicar a lei, critica-se a atuação do “azulzinho” que vai lá e
multa. Alguém passa um sinal vermelho e é criticado? Não! O infrator da lei
não. Mas se critica aquele que aplica
corretamente a lei.
Creio
que está havendo uma distorção, por isso são muito oportunas essas atividades
de debates sobre a questão do trânsito aqui na Câmara de Vereadores, essa
proposição do Ver. Cyro Martini, mas podemos aprofundar essa questão. Eu já
disse que a minha família é vítima do descumprimento da legislação de trânsito.
Tive um irmão morto precocemente, aos 21 anos, um primo aos 23 e uma irmã que está cega de um olho, tudo devido à
irresponsabilidade e ao descumprimento da legislação de trânsito. Por isso não
consigo entender como esta Casa e como alguns meios de comunicação podem dar
guarida a essa inversão. Devíamos estar preocupados com o cumprimento da lei de
trânsito para humanizar esta Cidade, para garantir o direito do pedestre, o direito
das crianças, dos jovens, dos idosos, que são as maiores vítimas da
irresponsabilidade no trânsito. No entanto, invertemos os papéis, invertemos o
debate e estamos dando guarida a um
tipo de denúncia daquele que confessadamente é um infrator do trânsito e depois
reclama do rigor na aplicação da pena que lhe é imposta. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para Comunicação de Líder pela Bancada
do PSDB.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje é uma tarde pesada, porque
sentimos os efeitos do desvio de função do período de Grande Expediente, que
deveria ser ocupado, segundo a minha opinião, após a Ordem do Dia, para o
grande debate político. No entanto, temos usado o Grande Expediente mais para
homenagens e crônica social do que para outro tipo de assunto. Não que não seja importante e nem que as
pessoas não mereçam ser homenageadas, mas que o façam fora do período do Grande
Expediente, nas terças ou quintas-feiras, por exemplo, e não hoje, quando temos
tantos assuntos para tratar. Presenciamos, hoje, por exemplo, esse Grande
Expediente ser aproveitado para proselitismo político, para mentiras grosseiras
e, mais do que isso, para auto-elogio. Realmente, parece-me fundamental que nós
tenhamos uma profunda revisão neste tipo de procedimento.
Como
uma manobra diversionista, volta o Partido dos Trabalhadores a fazer críticas,
na forma de “chega FHC” e “golpista”. Já estamos chegando ao ponto
de dizer, com seis meses de governo, que chega de “OD”, também. Eles vão ter
que mais aturar três anos e meio de governo de Fernando Henrique Cardoso, sim.
Todas essas tentativas golpistas são oriundas, nós sabemos muito bem, de onde.
Querem disfarçar um outro problema muito mais importante que é a evasão, a
perda de mais uma indústria que estava praticamente se instalando na cidade de
Glorinha e que, agora, não se instala
mais. Desgraçadamente, para nossa tristeza, a Goodyear não se instala mais na
cidade de Glorinha. Essa notícia está há mais de quinze dias sendo escamoteada
pelo Palácio Piratini. Querem que o Deputado Cézar Busatto não participe da CPI
que hoje se instalou, pela perda da Ford, porque é antiético. Nunca acharam
antiético, por exemplo, o Secretário Guaraci Cunha ou a sua firma participar de
tomadas de preço, de licitações, como o faz com muita freqüência na Prefeitura
de Porto Alegre, no Governo do Estado e nesta Câmara aqui. Câmara esta que
outro dia recebeu um pedido do Dr. Clovis Ilgenfritz, Secretário do Planejamento,
para que fossem fornecidos os pronunciamentos de Cláudio Sebenelo e Luiz Braz,
Vereadores desta Casa, pois, por favor, usem os meus pronunciamentos
publicamente e vamos assinar embaixo, e se for para a Justiça lá repetiremos
exatamente o que nós dissemos.
Pois
agora, e esse é o problema mais grave que eu venho dizer, no Grande Expediente,
na hora da festa para homenagear uma instituição, eles vem falar de desemprego,
mandando embora uma indústria daqui que poderia ter tantos empregos, mandando embora,
agora, a Goodyear, da cidade de Glorinha.
Então,
é fundamental que as pessoas entendam o porquê dessa forma voraz, dessa forma
agressiva e virulenta contra a União, que sustenta a saúde aqui em 80% na
Cidade de Porto Alegre, que tem apoiado os estados em muitas iniciativas. Fui o
primeiro a pedir para que a União tivesse uma condescendência maior com os
estados. Pois, agora, eles estão atirando de novo pela janela da incompetência
mais uma fonte preciosa de novos empregos e de desenvolvimento para este
Estado. Pois eles perderam o direito de falar em desemprego, e a próxima vez
que falarem em desemprego, toda a sociedade de Porto Alegre, toda a sociedade
do Rio Grande do Sul, perguntará para eles onde estão as fontes de emprego. Se
nós temos um desemprego brutal no mundo inteiro, por que jogar fora pela
janela...
O SR. PRESIDENTE: Ver. Cláudio Sebenelo, eu não posso
suspender o tempo, porque V. Exa. já se excedeu em quase um minuto. Depois eu
vou fazer uma observação em relação ao Plenário. Já pedi a V. Exa. as questões
anti-regimentais, elas iniciaram depois que V. Exa. já tinha esgotado o tempo.
Não concedo Questão de Ordem neste momento, Ver. Luiz Braz. V. Exa. continua
com a palavra para encerrar a intervenção. Após a intervenção eu concedo a Questão
de Ordem.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: É que algumas pessoas tem a noção do bom
gosto e o cuidado para não serem muito chatas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Vereador-Presidente, a presteza que V.
Exa. teve para chamar a atenção de alguns Vereadores, mas, nos momentos em que
alguns Vereadores petistas se pronunciavam, V. Exa. não utilizou esta mesma
presteza para chamar a atenção de Vereadores da sua Bancada, que estavam aqui
na frente durante todo o discurso do Ver. Cláudio Sebenelo, tentando impedir
que o Vereador pudesse continuar o seu discurso, fazendo piadas, como é o caso
da Vera. Maristela Maffei, que não parou um minuto de falar, e V. Exa., na Presidência, não a repreendeu.
O SR. PRESIDENTE: Vou responder ao Ver. Luiz Braz. Ver.
Luiz Braz, a sua intervenção, a juízo desta Presidência, não corresponde à
realidade. Vou responder, Ver. Luiz Braz! Por gentileza, respeitei a sua
intervenção. As manifestações anti-regimentais da Vera. Maristela Maffei, que
eu observei, iniciaram quando o discurso do Ver. Cláudio Sebenelo já havia-se
esgotado. Foi isto, Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Não foi não, Sr. Presidente. A verdade
não pode ser a sua apenas, Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h17min.)
O SR. PRESIDENTE (às 17h18min): Estão reabertos os trabalhos.
Continuo
respondendo ao Ver. Luiz Braz: este Vereador, no exercício da Presidência,
sendo um Vereador, com muita honra, do Partido dos Trabalhadores, tem pautado
todo o tempo em que preside os trabalhos pela absoluta imparcialidade, seja o
Vereador de que partido for, quando encerra a sua intervenção.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Cláudio Sebenelo.)
Estou
falando, Ver. Cláudio Sebenelo. Por gentileza, me respeite. Este Vereador tem
alertado sempre, a qualquer Vereador, quando o tempo está encerrado. O Ver.
Cláudio Sebenelo, aproximadamente trinta segundos depois de terminado seu
tempo, foi alertado apenas para que não interrompêssemos a sua intervenção, e
não cortássemos o seu raciocínio. O Ver. Isaac Ainhorn está aqui a meu lado e
pode ser testemunha. Ver. Cláudio Sebenelo, quando já ultrapassavam trinta
segundos do tempo de V. Exa. a Vera. Maristela Maffei realmente fez apartes
anti-regimentais, apartes que neste momento eu solicito que não se repitam. E
eu estava aguardando que o Ver. Cláudio Sebenelo encerrasse a sua intervenção
para fazer a observação que agora faço.
Portanto,
eu refuto de plano as colocações aqui feitas, porque este Vereador sempre tem
pautado aqui a sua intervenção, na presidência dos trabalhos, com a maior
imparcialidade. Eu apenas não queria interromper o Ver. Cláudio Sebenelo, que
já havia sido alertado e tinha passado trinta segundos do seu tempo, não quis
interromper a intervenção de S. Exa.
A primeira Vereadora a pedir Questão de Ordem
é a Vera. Maristela Maffei, depois o Ver. Cláudio Sebenelo.
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
quero de plano dizer que aceito a sua recomendação. Agora, eu também não vou
aceitar de nenhum dos Vereadores esta discriminação, até porque eu não vou
permitir ser chamada de “essa mulher”. Não tenho nenhuma intimidade com
absolutamente ninguém aqui, para ter este tipo de tratamento. Uma forma
desrespeitosa e discriminatória, principalmente vinda do Ver. Luiz Braz, que
sempre tive ele como exemplo nesta Casa.
O SR. PRESIDENTE: O próximo Vereador inscrito é o Ver.
Cláudio Sebenelo.
O SR. LUIZ BRAZ: Presidente, eu quero reconhecer o meu
erro ao chamar a Vera. Maristela Maffei de “essa mulher” quando me dirigi a
ela, e quero pedir escusas.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Braz, V. Exa., por favor
colabore com os trabalhos. Este Presidente estava dizendo que o próximo
Vereador inscrito era o Ver. Cláudio Sebenelo, e V. Exa. precisa respeitar,
como eu sempre respeitei quando V. Exa. dirigia os trabalhos. Agradeço.
Vera.
Maristela Maffei, o Regimento é absolutamente claro no tratamento que deve ser
dado. O Ver. Luiz Braz, mesmo que este Vereador tenha interrompido agora a sua intervenção,
e vai fazer agora regimentalmente a sua Questão de Ordem e pedir possivelmente
escusas pelos termos que usou naquele momento. Agora, o Regimento é
absolutamente claro sobre como devem ser tratados todos os Vereadores, homens
ou mulheres, que é o tratamento de S. Exa.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
eu só quero, inclusive com todo o respeito possível - respeito ao Vereador, ao
Presidente, ao amigo - protestar pela forma como estou sendo tratado. Primeiro,
evidentemente, quando um Presidente da Sessão, isso é, somente a minha opinião,
o meu parecer, necessita do auto-elogio, ele pode ser dispensado. Em segundo
lugar, me parece, que quando se perdem os argumentos, aí, se eleva a voz. Eu
vou dizer que essa minha opinião, talvez, contribua, com todo o respeito, com a
maior consideração, à volta da normalidade dos trabalhos, esta é a minha
intenção.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Cláudio Sebenelo, eu quero informar
a V. Exa. que no início da Sessão, quando nós realizávamos, hoje, uma homenagem
ao CLJ, V. Exa., inclusive, duas vezes,
de forma anti-regimental, se manifestou e esse Presidente sequer...
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: V. Exa. me chamou a atenção, de público,
num momento de festa e vou lhe
acrescentar mais, eu tinha toda razão, porque estavam fazendo um proselitismo
partidário, político...
O SR. PRESIDENTE:
Eu não preciso estar aqui dialogando com V. Exa. mas, V. Exa. tem que
respeitar, quando fazem intervenções.
V. Exa., Ver. Cláudio Sebenelo, que é a pessoa... Vereador, por
gentileza, V. Exa. levantou uma questão, escute a resposta, Vereador! Por
favor, uma questão mínima de respeito com este Presidente. Ver. Cláudio
Sebenelo, V. Exa. falou e eu escutei, pacientemente, vou responder a V. Exa.
Por gentileza, fala aqui, o Presidente em exercício e fala o amigo, que
observa, aqui, de forma paciente as intervenções. V. Exa. me permita dizer que,
de forma contumaz, quando faz suas
intervenções, V. Exa. tem se prolongado no tempo, eu tive o cuidado de não
interromper a intervenção de V. Exa. e, no caso de V. Exa. eu o deixei trinta
segundos além do tempo para, apenas aí, fazer a observação de que o tempo de V. Exa. estava esgotado.
Quero fazer esse registro ao ilustre Vereador e amigo. Tive o máximo de cuidado
em fazer isso, para não interromper uma intervenção que era uma intervenção
candente. Foi neste momento que iniciaram-se as intervenções anti-regimentais.
Está respondido, Ver. Luiz Braz, por gentileza.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Juarez Pinheiro, na Questão de
Ordem que formulei a V. Exa., eu realmente tinha razão quando disse a V. Exa.
que V. Exa. não repreendeu os Vereadores de sua Bancada, porque eu assisti,
durante todo o pronunciamento do Ver. Cláudio Sebenelo, e V. Exa. estava ao
lado do Ver. Isaac Ainhorn, conversava com o Ver. Isaac Ainhorn, e, portanto,
não podia observar o que acontecia e, eu estava olhando para a tribuna, onde eu estava sentado. Durante todo o tempo
houve interferência no pronunciamento do Ver. Cláudio Sebenelo. Agora, errei
quando me dirigi à Vera. Maristela Maffei como “essa mulher”, e exatamente por
isto peço escusas à Vereadora, porque sei que não agi como manda o Regimento.
Mas com relação ao restante da minha Questão de Ordem, eu estou absolutamente
correto, Ver. Juarez Pinheiro.
O SR. PRESIDENTE: Eu reforço a minha posição. Eu conversava
com o Ver. Isaac Ainhorn e acompanhava atentamente a Sessão. As questões
anti-regimentais levantadas por alguns Vereadores da Bancada do PT,
iniciaram-se após o término do tempo do Ver. Cláudio Sebenelo. Eu reafirmo a
minha posição.
Ver.
Cláudio Sebenelo, eu pediria a atenção de V. Exa. para o artigo 23, que dispõe
o seguinte: “Quando o Presidente estiver com a palavra, no exercício de suas
funções durante as Sessões Plenárias, não poderá ser interrompido nem aparteado”.
Este Vereador não precisava estar dialogando como dialogou. O fez por seu
espírito democrático e ouviu atentamente todas as questões que foram
levantadas. No entanto, quando respondi as questões, não tive a mesma
contrapartida.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: V. Exa. atingiu a perfeição.
O SR. PRESIDENTE: Muito obrigado, Ver. Cláudio Sebenelo.
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou tentar, aqui, retomar o tema sobre a
Cidade de Porto Alegre.
Tivemos,
por várias vezes, a oportunidade nesta Casa de ouvir as apresentações do
Executivo e de discutir a realidade do Centro de Porto Alegre. A própria
Comissão de Educação e Cultura desta Casa, presidida, naquele momento, pelo
Ver. Eliseu Sabino, esteve presente no centro da Cidade em várias ruas,
como, por exemplo, no Chalé da Praça XV
e na Praça Otávio Rocha, e voltou com a certeza, desde aquele período, que era
fundamental uma dedicação maior desta Casa ao centro da Cidade.
Os
moradores do Centro têm procurado muitos Vereadores para discutir a questão do
estacionamento dos ônibus, da poluição sonora e da violência no centro da
Cidade, que todos os dias temos acompanhado através dos noticiários, aguçada,
evidentemente, por uma dificuldade enorme de iluminação e pela falta de uma
política que venha restaurar e garantir
a recuperação do centro da
Cidade.
Apesar
de várias iniciativas tomadas de trazer a esta Casa as ações do Executivo,
vemos que têm-se arrastado as dificuldades do centro da Cidade, ao contrário de
outras cidades, como é o caso de Buenos Aires que é uma das cidades sobre a
qual sempre se fala. Porto Alegre tem sido uma cidade, que, no seu centro, tem
expulsado o comércio, expulsado as ações econômicas e tem, inclusive,
inviabilizado o comércio de algumas iniciativas que lá têm sido tomadas.
Esta
Casa tem acompanhado a Comissão Especial que trabalhou na Rua 24 Horas e
verificou que o comércio, as cafeterias que lá foram abertas, mas que tendo em
vista não haver ainda a implantação de uma política real de revitalização, isso
tem colocado as empresas do Centro da Cidade em extrema dificuldade. Tivemos
hoje, através da imprensa, uma ótima notícia que foi a adesão de cerca de 60 empresários ao projeto de humanização da
Av. Otávio Rocha. Nós esperamos que novas medidas do Executivo sejam tomadas,
no sentido de fazer com que o Centro de Porto Alegre volte a ser o centro da
Cidade, onde as pessoas se deslocavam em busca do lazer, em busca da criação
dos seus empreendimentos e da ocupação desse espaço público, que pela falta de
estrutura, pela falta de iluminação, pela falta de restauração tem expulsado os
porto-alegrenses daquela região.
Nós,
enquanto Câmara Municipal, temos novamente que retomar as nossas atenções à
questão do Centro de Porto Alegre, aplaudindo a iniciativa dos 60 empresários
que aderiram no ato de ontem ao processo de revitalização, mas temos que cobrar
do Executivo quais as medidas concretas, os investimentos que foram feitos
desde a vinda, há mais de um ano atrás, do Secretário Burmeister, que tenho a
impressão que trouxe aqui esse debate, e da Secretária de Cultura, Secretária
Margareth, que trouxe aqui o seu material, com a Assessoria, a sua proposta. Os
Vereadores têm que retomar essa discussão como uma forma de agilização desse
processo e como uma forma de buscar a solução dos conflitos que prosseguem no
Centro da Cidade, como o debate sobre a questão dos camelôs e dos comerciantes
que têm lá suas lojas e seus empreendimentos. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a
palavra em Comunicação de Líder, pelo PFL.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Uso o
espaço de Comunicação de Líder para também falar, como falou a Vera. Clênia
Maranhão, aqui, sobre a Cidade de Porto Alegre. É um problema que está
acontecendo em âmbito estadual, em âmbito do Governo do Estado, mais
precisamente, na Secretaria Estadual da Educação, mas que atinge Porto Alegre.
Especificamente,
venho tratar de um assunto grave, no meu entendimento, que é sobre as escolas
estaduais que trabalham com as classes especiais.
Falo
do Colégio Ana Néri, localizado na Zona Norte de Porto Alegre, que desenvolve
um trabalho de muitos anos, de suma importância, que é a educação da classe
especial.
Hoje,
a Escola Ana Néri está deixando de atender quinze crianças excepcionais, porque
à frente daqueles alunos está, pelo
trabalho magnífico exercido, a Profª. Marlene, a qual está - no seu
justo direito - se aposentando.
Ao
longo da sua vida, como todos os professores, desenvolveu um trabalho essencial
para a nossa sociedade.
A
direção e a comunidade, preocupadas com a aposentadoria dessa professora,
comunicaram a Secretaria de Educação para tomar providências na sua
substituição, pois a classe já está sem
essa profissional. Por essa aposentadoria da Profª. Marlene, o Colégio Ana
Néri, hoje, não está atendendo mais esses quinze alunos. Três dessas crianças
foram distribuídas na Escola Daltro Filho que, segundo informações lá obtidas,
hoje, aquela professora que está-se aposentando deve deixar de atender também
esse trabalho importante.
Os
demais alunos que estavam no Ana Néri voltaram para casa, alguns sofrendo
humilhações, gozações, uma situação muito delicada, pois são crianças
excepcionais que foram colocadas nas classes regulares sem uma professora com
essa especialização. Segundo a Secretária de Educação, existe uma lei, que não
soube ser explicada por essa instituição, que diz que essas crianças
excepcionais têm que realmente estar nas classes regulares para, depois,
receber um reforço.
Nós
não entendemos como colocar uma criança excepcional junto com uma criança
normal, e essa criança ter uma rotina de vida tranqüila. É muito difícil, Ver.
Guilherme Barbosa, entender o que a Secretária da Educação diz. V. Exa. tem
filhos e não os colocaria, para não atrapalhar o desenvolvimento da criança
excepcional, junto com os excepcionais na mesma classe.
O
que está acontecendo, hoje, na Escola Ana Néri é isso: crianças que precisariam
de um tratamento especial, estão junto com crianças regulares. Essa é a
diretriz educacional que desenvolve o Governo do Estado na área dos alunos
especiais. A propaganda eleitoral feita pelo Governador Olívio Dutra sobre a
qualidade do professor, da escola e, conseqüentemente, da qualidade do
estudante está no papel; não está na prática, porque, na realidade, o que
acontece com aquela comunidade é que várias crianças especiais foram para casa,
e outras estão estudando com crianças normais. Não há condições de, juntando as
crianças normais com as especiais, desenvolver-se um trabalho sério cujos
resultados possam ser atingidos por essas crianças. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, no ano
passado, por ocasião da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 99, nós
entramos com uma emenda para viabilizar a implantação de um pronto socorro na
Zona Sul. Na oportunidade, nós dissemos que esse pronto socorro beneficiaria
mais de trezentas mil pessoas, moradoras daquela região. E elencamos,
inclusive, os bairros que compõem a Região Sul: Ipanema, Pedra Redonda,
Tristeza, Camaquã, Assunção, Espírito Santo, Guarujá, Serraria, Hípica, Ponta
Grossa, Campo Novo, Juca Batista, Vila Nova, Restinga, Belém Velho, Belém Novo.
Naquela
oportunidade, foi negociada uma subemenda para viabilizar, aperfeiçoar o
atendimento de urgência médica à população da Zona Sul.
Estamos
no mês de junho, e gostaríamos que o Executivo Municipal cuidasse com maior carinho desta emenda
ligada ao Orçamento para este ano. Entendemos como vital e prioritário para
aquela população, já que a Zona Norte da nossa Cidade possui hospitais para
este pronto atendimento. E tem mais o Hospital Municipal de Pronto Socorro.
Reafirmamos,
uma população de aproximadamente 300 mil pessoas, para qualquer atendimento de
urgência, tem que se deslocar para o Hospital de Pronto Socorro Municipal que,
como sabemos, faz um excelente serviço. Só que aquela população merece um
pronto socorro mais próximo de suas residências.
Desde
o ano passado, o Hospital Parque Belém está-se aparelhando para ser, realmente,
o grande hospital da Zona Sul da nossa Cidade.
Por
isso, queremos contar, o quanto antes, com a vontade do Poder Executivo, a fim
de viabilizar recursos orçamentários, junto com o Governo Federal para que, o
quanto antes, Porto Alegre possa ser contemplada com um hospital de pronto socorro na Região Sul.
Hoje,
as inúmeras pessoas que são atendidas de urgência pelo Pronto Socorro Municipal
permanecem naquele local por um período aproximado de 24 a 48 horas e logo após são transferidas, muitas delas,
para o Hospital Parque Belém.
Então,
o nosso questionamento: por que não o quanto antes, começarmos a aparelhar,
instrumentar, para que a nossa Cidade possa ter um hospital de qualidade, como
o Hospital de Pronto Socorro e hospitais da Zona Norte, na Zona Sul? Porque os moradores merecem,
também.
Voltamos
a enfatizar, o Hospital Parque Belém está-se aparelhando, cada vez mais, para
ser o grande complexo hospitalar da Zona Sul de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, às
vezes, parece-me que o Ver. Cláudio Sebenelo está fora de rotação, quando traz
um assunto que não tem sustentação na vida.
Eu
trago um estudo publicado no Jornal do Brasil - não tem nada a ver com o PT, ao contrário, - no dia 24 de maio de
1999, no Caderno de Economia: “Regime automotivo não deu certo no Brasil.
Estudo do IPEA, órgão respeitado neste País, revela que só montadoras lucraram.
A indústria nacional de autopeças quebrou e preços dos carros subiram 25%”. Diz
adiante: “Citando o estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social - o Economista que fez esse estudo foi César Augusto Rizzi - afirma que,
para cada milhão de reais investidos na indústria automobilística, apenas 11
empregos são gerados, contra 182 na indústria, 48 na construção civil, e
15 -
é pouco, mas é importante - no turismo”. Não tem base, Ver. Cláudio
Sebenelo; é uma indústria ultrapassada. Essa idéia de que ia gerar muitos
empregos é uma inverdade! Não tem base em coisa nenhuma; em estudo nenhum. Nós
queríamos que eles ficassem aqui, mas com o dinheiro deles. A proposta que o
Executivo fez, na minha opinião, foi demais, e foi quase a proposta original do
contrato. Mas eles foram embora! Vai-se provar, ainda, de que já era uma
decisão tomada, de que a Ford está em situação muito ruim; é a última das
grandes montadoras no Brasil, e o tempo vai mostrar isso.
Os
empregos estão surgindo, sim. Duzentos e noventa e nove milhões estão sendo
gastos em estradas, mais do que qualquer outro governo no primeiro ano; agora
haverá um programa que criará quinze mil empregos logo; um programa que o
Governo está lançando para geração de empregos para os jovens, e assim por
diante.
Calma!
Com pouco tempo nós já estamos fazendo mais
do que nos quatro anos do seu Governo. A Secretaria da Habitação vai
investir vinte milhões, mais do que nos quatro anos somados do Governo Britto.
Essa discussão está fora de ritmo.
Outra
questão importante é a trazida à tribuna pela Vera. Clênia Maranhão sobre a
melhoria e a recuperação do Centro da Cidade. Ontem firmou-se um convênio com
vários empresários da região central, numa iniciativa da Prefeitura, que está
aprovando um financiamento da UNESCO, que se chama Monumental, exatamente por ter a Prefeitura um projeto global de
recuperação do Centro da Cidade. Tem o Chalé da praça XV, que está
em reforma, que com um convênio
com o SENAC vai virar um
restaurante-escola. A circulação
viária Borges de Medeiros com a Rua da
Praia, e Rua da Praia no sentido da Usina do Gasômetro. Usina essa que se
moderniza, se amplia com um cinema da Prefeitura. Então, são vários movimentos
que estão a destacar o nosso Centro da Cidade, trazer as pessoas para o Centro.
Hoje,
para alegria nossa, os jornais trouxeram a publicação dos editais para o alargamento da Bento Gonçalves. Uma
obra fundamental para o nosso sistema
viário. Como sabemos, já estão sendo selecionadas as empresas para a III Perimetral. A Assis Brasil, uma
grande obra, que está sendo finalizada.
E
nós descobrimos agora, o Ver. Adeli Sell, que é muito diligente, descobriu que algumas
críticas - parecidas com as que aparecem hoje nos jornais - sobre a obra
da Assis Brasil, também apareciam quando o Prefeito era o Ver. João Dib - as
mesmas manchetes, inclusive - quando foi feito um trabalho lá na Av. Assis
Brasil. Vejam que coisa interessante, as mesmas manchetes. Mas o Ver. João Dib
era cuidadoso, apesar de ter havido lá vários acidentes, algumas mortes, que
não aconteceram agora, mas cuidado nós tivemos.
Ontem
foi inaugurado algo importante, a Casa de Inverno, uma estrutura que vai tirar
as pessoas da rua, acolhê-las, dando abrigo, dando alimentação, inclusive, encaminhado essas pessoas para encaminhar
seus documentos e, quem sabe, voltar ao mercado de trabalho.
Então,
são movimentos importantes da nossa Prefeitura e que tem contado, muitas vezes,
com o apoio desta Casa em aprovar financiamentos. Acho que a nossa Cidade, mesmo
com uma crise violenta que o Governo Federal nos coloca, resiste e trabalha
junto com a população, através do Orçamento Participativo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
O SR. DÉCIO SCHAUREN (Requerimento): Sr. Presidente, para um Requerimento:
proponho que antes de entrarmos na votação dos projetos que estão na Ordem do
Dia, que nós votemos dois Requerimentos que têm urgência. Um deles o
Requerimento nº 123/99, Proc. nº 1706/99, da Mesa Diretora, que requer Sessão
Solene para o dia 10, destinado a homenagear o transcurso do Dia do Acemista. O
outro, de nº 124/99, Proc. nº 1708/99, de autoria deste Vereador, que requer
seja o Grande Expediente do dia 30 de Junho destinado a homenagear as
Cooperativas pela passagem do Dia Internacional do Cooperativismo. Depois a
seqüência, na ordem normal, dos projetos que estão na Ordem do dia.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Décio Schauren. Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento nº 123/99, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento
nº 124/99, de autoria do Ver. Décio Schauren. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0750/98 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 023/98, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que
altera o inciso VI do § 2º do art. 48 da Lei nº 8133, de 12 de janeiro de 1998,
que dispõe sobre o Sistema de Transporte e Circulação no Município de Porto
Alegre, adequando a legislação municipal à federal, em especial ao Código de
Trânsito Brasileiro, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto; Rel.
Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação da Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CEDECONDH. Relatora Verª Helena Bonumá: pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 23/98, de autoria do
Ver. Lauro Hagemann. Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 23/98. O Ver.
Lauro Hagemann está com a palavra para encaminhar.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, venho a
tribuna no encaminhamento para evitar a discussão. É um projeto singelo, mas
quero explicá-lo para que ninguém se surpreenda com a proposta que fiz através
deste Projeto. Nós votamos, no ano passado, nesta Casa, o sistema de transporte
da Cidade, a Lei nº 8133. O artigo 48, que estabelece as medidas necessárias
para o cumprimento da diretriz que estabelece como prioridade máxima a
segurança na circulação de pedestres, tem vários incisos. E no parágrafo 2º,
inciso VI, existe um número. Diz o
inciso VI: “Buscar dotar todas as vias, na ausência de obstáculos naturais
intransponíveis ou antieconômicos, de faixas de segurança em distâncias não
superiores a 50m”. O meu Projeto altera de 50 para 100 m, porque o Código
Nacional estabelece que o pedestre tenha essa segurança, e nós estamos
legislando exatamente sobre isso. Mas no Código diz que de 50 em 50m o pedestre
deve ter um local seguro para atravessar qualquer via pública. Quando nós
fizemos aqui a nossa Legislação adaptando essa Lei n.º 8133, colocamos a
distância de 50m, mas, em seguida, verificamos que era um exagero, aí ampliamos
para 100m, porque aritmeticamente o pedestre tem, no meio dos 100m, os 50m que
o Código recomenda que ele atravesse com segurança, então nós ampliamos essa
distância de 50m do inciso 6.º, para 100m. Não altera a segurança do pedestre,
não inviabiliza, apenas economiza talvez um pouco de tinta nessas passagens,
mas a garantia de segurança fica preservada. Essa é a razão deste Projeto. A
Emenda do Ver. Décio Schauren aproveita o embalo e acrescenta apenas um reforço
a esta segurança, portanto, peço que se dispense maiores comentários. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver.
Lauro Hagemann, autor do Projeto. Vejo que a preocupação maior do autor do
Projeto é economizar para as finanças do Município, porque o Ver. Lauro
Hagemann disse que isso iria ter um custo para o Município e se ao invés de 50 passássemos para 100m a
distância destas faixas de segurança para a travessia do pedestre, de repente o
Município iria gastar menos. Eu tenho a impressão de que, num País como o
nosso, que está-se adaptando a métodos mais humanitários do tráfego, que está
aprendendo a respeitar o pedestre, Ver. Lauro Hagemann, V. Exa. sabe, com a nossa cultura, o nosso motorista
não tem o costume de respeitar o pedestre.
O
Secretário Mauri, muitas vezes, diz que é só por causa dos “azuizinhos” que
diminuiu o número de acidentes. Não. Desde que o Código de Trânsito entrou em
ação, temos em todo o Brasil a diminuição do número de acidentes.
Vejo
que a preocupação de economizar para o Município, não pode ser superior à
necessidade que temos de fazer com que a segurança do pedestre esteja em primeiro
lugar.
Ver.
Lauro Hagemann, sei que V. Exa. não perde de vista também esse ponto, só que V.
Exa. foi o autor dos “50”, e, agora, quer
passar para “100”. Mas acredito que V. Exa. no momento em que aprovarmos
100, estaremos ferindo a segurança do pedestre. V. Exa. disse muito bem: a
preocupação, agora, de passar para 100, foram as finanças do Município. Acho
que não pode ser isso. V. Exa. estava preocupado com a segurança do pedestre
quando colocou cinqüenta. Quando aprovamos 50, nesta Casa, aprovamos sabendo o
que estávamos fazendo. A existência de faixas de segurança de 50 em 50 metros é
muito bom para que possamos ter o direito de ir e vir dos pedestres para
atravessar qualquer trecho em nossa Cidade, até que possamos ter um tráfego
mais civilizado. Ainda não temos. Acho que até lá é uma obrigação nossa
mantermos um rigorismo maior em questão de sinalização.
Portanto,
fico com o Ver. Lauro Hagemann do passado, quando propunha 50 em 50 metros para que tivéssemos faixa de
segurança, e me recuso a ficar com o Ver. Lauro Hagemann do presente, quando
ele propõe uma aumento dessa distância para 100 metros. Acredito que não
estamos contribuindo para a segurança do pedestre, estamos, inclusive,
dificultando ao próprio pedestre a travessia nas vias importantes que temos na
Cidade, principalmente, nas do Centro.
Imagine
V. Exa., Ver. Leão de Medeiros, na Salgado Filho, onde temos uma quantidade
muito grande de pedestres sempre querendo atravessar no meio de um tráfego
muito intenso, se tivermos essas faixas com espaços muito distanciados umas das
outras, acredito que vamos dificultar para o nosso pedestre.
A
primeira intenção, quando colocamos de 50 em 50 metros, atendendo proposição do próprio Ver. Lauro Hagemann
naquela época, foi para poder dar maior segurança a esse pedestre. Se naquela
época queríamos dar maior segurança, por que agora vamos tirar essa maior
segurança, vamos diminuir essa segurança em nome apenas de economizar para o
Município? Penso que o Município gasta dinheiro em muita coisa desnecessária,
como, por exemplo, em divulgar o Orçamento Participativo, que agora - graças a
Deus - no Governo do Estado, o Judiciário aceitou o pedido de liminar do
ex-Governador e ex-Prefeito Alceu Collares, e de repente, acaba com essa
porcaria lá no Estado. Espero que isso também possa acontecer em nível
municipal. Não vamos aceitar esse aumento para 100 metros; vamos manter os 50
metros. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Em votação a prorrogação da Sessão por
mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
O
Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o
problema brasileiro não é a falta de leis; o problema brasileiro é a falta de
leis claras, precisas, concisas e respeitadas. Não adianta nós fazermos leis
dizendo que deve ser 100 ou 50 metros. Penso que o Ver. Lauro Hagemann está
correto quando propõe 100 metros, porque o pedestre há de se deslocar 50 metros
para um lado ou 50 metros para outro. Mas o problema é muito mais sério do que
a simples presença da faixa de segurança, que é desrespeitada.
Se
olharmos a Av. Salgado filho, há uma série de faixas de segurança zebradas, o
que significa, não tendo sinaleira, que todo o trânsito deve parar para que o
pedestre passe.
O
Ver. Isaac Ainhorn está-me orientando ...
O SR. PRESIDENTE: Vou suspender a Sessão. Solicito aos Srs.
Vereadores que não façam apartes anti-regimentais.
O SR. JOÃO DIB: O Ver. Isaac Ainhorn merece a minha
consideração, por isso que eu o entendi.
Mas
50 metros, realmente, é uma complicação. O que precisamos estudar é aquilo que
eu disse: lei clara, precisa e concisa, para que ela possa ser respeitada. E a
faixa de segurança, sem sinaleira, é um desrespeito. Basta que se veja, por
exemplo, a esquina da Rua Dr. Flores com a Rua Gen. Vitorino: as faixas de
segurança estão uma em cima da outra, e o trânsito, se for respeitá-las, é uma
confusão infernal!
Mas
em matéria de economia, eu pretendo comparecer no XII Congresso Nacional de
Trânsito e quero levar à consideração daquele Congresso - e quero que a EPTC
também analise aqui - a substituição das faixas de segurança que aí estão - que
são pintadas e algumas são muito caras e não se mantêm por muito tempo - por
blocos de concreto pretos e brancos. Isso foi uma experiência que fiz, quando
fui Secretário de Obras, mas eu tinha que permitir que o tempo provasse que era
o melhor e o mais barato. Fiz uma faixa
de segurança dessas na frente do prédio nº 2244, da Borges de Medeiros, onde é
a SMOV. Durante 16 anos eu observei, e ela funcionou cada vez melhor. Depois,
foi coberta por asfalto, mas ainda está lá.
A
vantagem de uma faixa de segurança dessas, que economicamente é muito boa, é que no momento em que precisar ser
removida, retiram-se os blocos de concreto pretos e brancos e colocam-se na
posição definitiva num outro lugar.
Eu
saúdo os 100 metros e até creio que não devesse ser regra, Ver. Lauro Hagemann,
o bom senso deveria determinar. Mas 50 metros é muito pouco, disso eu tenho
certeza! Eu colocaria no mínimo 100 metros; poderia ser até mais. Mas o que é
preciso ser feito para que haja economia e para que haja mais segurança, para
que as escolas, no início de todos os anos, não estejam pedindo faixas de
segurança, é que sejam utilizados blocos de concreto pretos e brancos - que o
Rio Grande do Sul fabrica - que experimentamos durante dezesseis anos e a faixa
de segurança cada vez ficava mais bonita. Depois, o Dr. Estilac Xavier cobriu
com asfalto, mas ela está lá ainda, para dizer que funciona.
Portanto,
fico com os 100 metros do Ver. Lauro Hagemann, mas acredito que deva ser muito
bem estudado - nem sei mais -, mas, de qualquer forma, é muito melhor do que 50
metros. Porque faixas de 50 em 50 metros, sem sinaleira, são um desastre; e
faixas de 50 em 50 metros, são outro desastre. Então, o trânsito precisa ser
muito bem estudado. Fico com os 100
metros. Muito obrigado. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para encaminhar pelo PDT.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
estamos dentro de uma matéria que é da competência desta Casa, tratando de algo
extremamente importante na vida de da Cidade, que são as faixas de segurança.
Vejo a preocupação do Ver. Lauro Hagemann em procurar ter uma visão de
disciplinar as faixas de segurança, estabelecendo um patamar maior do que hoje
é empregado. Acredito que não é o caminho adequado. Invoco, aqui, a experiência
minha e do Ver. Adeli Sell - talvez uma
das coisas mais úteis da nossa estada, há alguns meses, em Brasília - que foi a
observação do respeito ao trânsito existente na cidade de Brasília. Se outra
razão não justificou nossa ida a
Brasília, num encontro, eu diria, Ver. José Valdir, com a graça do nosso vate,
do nosso poeta popular, o vate do povo, que o aprendizado sobre o respeito ao
trânsito na cidade de Brasília é algo que está sendo construído de forma
extremamente pedagógica. Ver. Pedro Américo Leal, falo sobre isso porque eles
conseguiram algo inusitado num país que tem problema de respeito às
normas.
Há
poucos momentos discutia-se uma questão dos “azuizinhos” e o Vereador, se não
me falha a memória, o nosso vate do povo, o Ver. José Valdir, afirmava que se
os “azuizinhos” estavam multando é porque alguém estava transgredindo, e
aqueles que cumpriam as leis não eram multados, e que o “pardal” só sinalizava
quem andasse em velocidades superiores às permitidas - embora de vez em quando
haja alguns erros aí nos “pardais”, mal-estruturados e tal; às vezes isso
acontece.
Sr.
Presidente, o que eu quero dizer é que eles conseguiram, em Brasília, algo
extremamente interessante, que é o respeito, sobretudo ao pedestre. Eu não vi,
ainda, nenhum movimento daqueles que são responsáveis pelo trânsito da Cidade
de Porto Alegre, em aplicar uma política de respeito ao pedestre. O bom
seria, numa área conflagrada do ponto
de vista de trânsito, como a Av. Sen. Salgado Filho, proceder-se à educação no
que respeita aos pedestres. Aí sim, Ver. José Valdir, poder-se-iam até multar
aqueles que não respeitam o pedestre. Em Brasília, o exemplo que nós extraímos
da nossa experiência curta, nos dois dias em que ficamos lá, foi que o sujeito
colocou o pé na faixa de segurança, Ver. Lauro Hagemann, param todos os carros.
Sabe por que, Ver. Lauro Hagemann? V. Exa. diz: “Pelo respeito”. Mas por que o
respeito? Pela multa. “Pela sanção da norma”, diz, não mais agora o poeta José
Valdir, mas o acadêmico de Direito, futuro bacharel - mais um bacharel que teremos
aqui, e que, certamente, integrará o sodalício dos membros da Comissão de
Constituição e Justiça desta Casa; mais um. Espero que V. Exa. também não se
transforme num Corregedor; que V. Exa. interprete a norma jurídica sem se
transformar num Corregedor. Mas eu digo a V. Exa. que aí é que está o caráter forte: a sanção. O sujeito sabe que há um
controle de trânsito, que se alguém colocar o pé numa faixa de segurança,
imediatamente o carro pára. E se o carro ultrapassar, é multado. Aí, sim, eu
até diria que, em respeito ao pedestre,
vale o rigorismo no cumprimento da norma do trânsito, porque ele, o ser humano,
deve ser a preocupação maior. Eu acho até que nós deveríamos enxadrezar, ou
alinhar de branco toda a Salgado Filho e outras ruas, Vereador, para dar
preferência ao pedestre, sem criar o calçadão burro que criaram na década de
70, na Rua da Praia. Que se priorizasse o pedestre, que, às vezes, também é descumpridor das normas - vamos
reconhecer isso, porque nós também somos pedestres -, mas que no momento em que
ele colocasse o pé na faixa de segurança os automóveis parassem. Porque o
automóvel, nós sabemos, é uma verdadeira arma, e pode praticar um delito,
sobretudo em cima das faixas de segurança. Por isso eu acho que de 50 em 50
metros, Ver. Lauro Hagemann, é bom. Nós temos que caminhar no sentido de
resolver o problema dos pedestres. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela Bancada do PT encaminha o Ver. Décio
Schauren.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores. Nós, da Bancada do PT, evidentemente votamos favoráveis ao Projeto
apresentado pelo Ver. Lauro Hagemann, e entendemos que, além de ser uma
adaptação ao novo Código de Trânsito Brasileiro, é uma questão de bom senso.
Realmente, as faixas de segurança, de 100 em 100 metros, fazem com que a
pessoa, se ela estiver entre uma faixa e outra, no máximo caminhe 50 metros.
Entendemos que esta é uma distância razoável para se caminhar. De 50 em 50
metros, se a pessoa estiver entre uma faixa e outra, terá que caminhar 25
metros. Entendemos que, de fato, de 50 em 50 metros, as faixas estarão muito
próximas. É uma questão de bom senso.
Além
disso, apresentamos uma emenda ao Parágrafo 3º, que diz o seguinte: “Deverão
ter tratamento prioritário e sinalizações especiais” - além dos itens já
existentes, por exemplo na frente de escolas -, acrescentamos um outro, o
quarto, que diz “em travessias com situações de risco ao pedestre”.
Entendemos
que o Código de Trânsito Brasileiro deve merecer todo um trabalho desta Casa,
no sentido de ser prestigiado, porque sabemos quantos acidentes, quantas
pessoas morrem no trânsito anualmente no País. Precisamos que os motoristas
respeitem a legislação vigente.
Esta
Casa tem que contribuir para uma campanha para que as faixas de segurança sejam
respeitadas. Não é termos excesso de faixas de segurança. Temos é que fazer com
que sejam respeitadas. Muitas vezes vejo que, quando o pedestre põe o pé na
faixa de segurança, e os motoristas teriam que parar, parece que há motoristas
que fazem questão de acelerar o veículo e “botar para matar”, como dizem na
gíria. Então, não há um respeito.
Quero
repetir, como já disse numa Sessão anterior, eu defendo o trabalho dos
“azuizinhos”, que, muitas vezes, é criticado nesta Casa. Evidentemente,
eventualmente pode haver uma falha, como em todos os setores há falhas, mas no
geral o trabalho dos “azuizinhos” tem sido muito bom, porque tem sido
preventivo, tem sido educativo e também nós entendemos que os “azuizinhos” têm
que multar, sim! Porque muitas vezes há motoristas, inclusive de mau caráter,
que só quando a coisa dói no bolso é que respeitam a legislação, é que
respeitam as normas de segurança, as faixas de segurança, inclusive das que
estamos tratando.
Então,
nós achamos que o Projeto do Ver. Lauro Hagemann é um Projeto que propõe apenas
uma questão de bom senso, portanto somos favoráveis à aprovação. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a
palavra para encaminhar.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu acho que o assunto tem consenso na Casa; é extremamente oportuna
a iniciativa do Ver. Lauro Hagemann. O Ver. Décio Schauren dizia, com razão,
que é uma questão de bom senso. Bom senso para funcionamento da Cidade, bom
senso para organização das vias de trânsito, que nós tenhamos em cada 100 em
100 metros, Ver. Lauro Hagemann, a condição para que o pedestre possa
atravessar as vias. Bom senso no trânsito
é a iniciativa de V. Exa., claro que facilita para isso, mas me parece
claro que falta bom senso no trânsito de Porto Alegre em determinadas
situações, em determinadas ocasiões. Tomara que nós tenhamos não este trânsito
confuso do dia de hoje à tarde, em todas as grandes avenidas, que estavam trancadas.
Estavam tendo a capacidade e a competência de asfaltar a última via da Av.
Ipiranga hoje à tarde. Estava trancada toda a Av. Ipiranga. Este bom senso na
organização do trânsito da Cidade, que às vezes aqui nós contestamos, Ver.
Décio Schauren.
Nada
contra os “azuizinhos”, me parece que esses agentes são importantes na
organização da Cidade, desde que haja bom senso por parte dos “azuizinhos” e,
principalmente, dos seus superiores, dos seus chefes. Nós, sempre, aqui,
defendemos que haja cada vez mais em Porto Alegre a fiscalização eletrônica do
trânsito; nós não defendemos a impunidade das pessoas, mas, desde que haja bom
senso, pelas pessoas que instalam os aparelhos, nos lugares devidos, nos
lugares onde realmente haja uma incidência muito grande de acidentes e, não em
determinados pontos, como estão instalados.
Se
o Ver. Antônio Losada me permitir vou usar o seu nome, Eu sei que o Ver.
Antônio Losada foi multado numa via de Porto Alegre, na Cavalhada, e estava
numa velocidade extremamente normal. S. Exa. estava numa velocidade normal, a
70 km por hora, mas numa subida da Cavalhada. Se V. Exa. andar a 50 km por
hora, em uma subida, não vai conseguir subir! Isso é falta de bom senso! As
pessoas que instalaram o equipamento, nessa localização, não tiveram o bom
senso, e fizeram e fazem com que os motoristas sejam traídos por essa falta de
bom senso, e são multados, como o querido Ver. Antônio Losada, que teve uma
multa de 540 UFIRs, porque andava a 70 km por hora, em uma subida, às 11 horas
e 30 minutos da noite. Então, o bom senso que o exemplo do Ver. Lauro Hagemann
nos dá, me parece, deveria nortear todas as ações e atitudes das pessoas que
organizam o trânsito em Porto Alegre. Nós queremos participar dessa
organização, nós queremos um trânsito menos violento, nós queremos um trânsito com mais condições para
que os pedestres possam circular, possam atravessar as avenidas, mas nós
queremos bom senso das pessoas que dirigem o trânsito, na instalação dos
equipamentos eletrônicos, nas colocações das pinturas e repinturas das faixas
de segurança e na organização do dia-a-dia do trânsito da Cidade de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LEÃO DE MEDEIROS (Questão de
Ordem): Sr. Presidente, este Vereador está
destreinado com o Regimento da Casa e gostaria de consultar V. Exa. e a Mesa quanto a se este Projeto,
embora meritório, não tem um cunho de inconstitucionalidade. Eu fico pensando,
Sr. Presidente, para reforçar a minha dúvida, de que se eu, ou alguém, fizesse
uma emenda, agora, fixando que não poderia haver sinaleiras de menos de
100 em 100 metros, se esta Casa
consolidaria o Projeto. Parece-me a mesma questão.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Leão de Medeiros, o Projeto não
poderia ser apreciado por esta Casa se ele tivesse o Parecer contrário de todas
as Comissões. Eu, para responder a Questão de Ordem de V. Exa. vou verificar,
aqui, o Processo. Possivelmente, a Diretoria Legislativa não o colocaria na
Ordem do Dia, mas estou vendo aqui que a Comissão de Constituição e Justiça já
tem pela aprovação. Neste sentido, o Projeto está em condições de ser votado,
não há óbice de ordem legal.
Não
há mais quem queira encaminhar. Em votação o PLL nº 023/98. Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO,
com abstenção do Ver. Luiz Braz, e voto contrário dos Vereadores Cláudio
Sebenelo e Isaac Ainhorn.
Em
votação a Emenda nº 1 ao PLL nº 023/98. (Pausa) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. APROVADA a
Emenda nº 1, com a manifestação contrária do Ver. Luiz Braz.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1201/98- PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 047/98, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, que
autoriza o Poder Executivo Municipal a firmar convênio para a execução do
serviço de Inspeção Veicular de Segurança.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela rejeição do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João Dib: pela rejeição do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM;
- adiada a discussão por duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 047/98.
Esta
Presidência verifica visualmente que não há quórum para dar continuidade à
Sessão.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h28min.)
* * * * *